Cuba diz que "Twitter cubano" criado pelos EUA é ilegal
Cuba declarou ilegal o projeto dos Estados Unidos de criar supostamente de maneira secreta um serviço semelhante ao Twitter em Cuba para promover a oposição política, denunciado pela agência de notícias Associated Press na quinta (3).
Cuba declarou que a iniciativa mostra como Washington não abandonou sua campanha "subversiva" para minar o governo cubano.
O governo dos Estados Unidos admitiu na quinta-feira ter criado um serviço semelhante ao Twitter em Cuba –chamado de ZunZuneo–, mas disse que o projeto não era secreto, embora fosse levado com discrição.
Editoria de Arte/Folhapress |
A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano Marie Harf disse a jornalistas na quinta-feira que o programa não era "secreto", chamando-o de um programa de "promoção da democracia" que criou uma plataforma "semelhante ao Twitter".
O Ministério das Relações Exteriores de Cuba disse em um comunicado divulgado na noite de quinta-feira que a história "mais uma vez demonstrou que o governo dos Estados Unidos não desistiu de seus planos subversivos contra Cuba, que procuram criar situações de desestabilização no país, a fim de provocar mudanças em nossa ordem política, (um objetivo) para o qual o governo dos Estados Unidos continua a dedicar orçamentos de milhões de dólares todos os anos."
Citando o direito internacional e acordos da ONU, Cuba pediu aos Estados Unidos para "cessar... as suas ações ilegais e secretas contra Cuba, que são rejeitadas pelo povo cubano e pela opinião pública internacional."
O programa foi executado pela agência norte-americana para o desenvolvimento internacional, a Usaid, e foi interrompido em 2012, segundo autoridades.
A reportagem da AP afirmou que o programa foi concebido para contornar as rígidas proibições de internet em Cuba, usando companhias secretas financiadas por bancos estrangeiros. A reportagem também informou que os EUA tiveram o cuidado de esconder os laços de Washington com o projeto e usaram empresas na Espanha e nas Ilhas Cayman para ocultar o rastro do dinheiro.
A plataforma atraiu 40 mil usuários, que não sabiam que a rede de comunicações havia sido elaborada por uma agência dos Estados Unidos e também não sabiam que suas informações pessoais estavam sendo coletadas pelo país, segundo a AP.
As hostilidades entre Estados Unidos e Cuba já duram mais de cinco décadas, desde o triunfo da revolução cubana, e os países não têm relações diplomáticas desde 1961, apenas escritórios de representação em Washington e Havana, estabelecidos em 1977.
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