Governo britânico luta para manter espionagem de internet e telefone
O governo do Reino Unido anunciou nesta quinta-feira (10) que apresentará na próxima semana ao Parlamento um projeto de lei emergencial para continuar monitorando a internet e telefonemas no país.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que o texto precisa ser aprovado, por via rápida, para que não seja prejudicado o combate ao terrorismo e ao crime organizado.
Com a decisão, Downing Street quer que os serviços de segurança continuem acessando os dados que as empresas de telecomunicações conservam sobre seus usuários.
O governo responde dessa maneira a uma sentença dada em abril passado pelo Tribunal de Justiça da União Europeia (UE) que considerou ilegal uma diretriz comunitária que obrigava a armazenar a informação durante um período de 12 meses.
Diante da possibilidade que as empresas de internet e de telecomunicações começarem a apagar a informação de seus usuários, por temor de problemas legais, o Reino Unido optou por blindar os poderes das forças de segurança para que estas possam continuar pedindo às empresas os dados de que precisam.
Na Câmara dos Comuns, a ministra do Interior, Theresa May, ressaltou que se trata de manter o "status quo" e de evitar perder informação vital para lutar contra o terrorismo.
No entanto, as organizações defensoras dos direitos civis suspenderam a voz de alarme, sobretudo após a polêmica gerada no ano passado quando o ex-analista da americana NSA (Agência Nacional de Segurança) Edward Snowden revelou o alcance da espionagem realizada por Washington e Londres.
A diretora do grupo Liberty, ativista dos direitos civis, Shami Chakrabarti, disse que se trata de uma legislação destinada a "espionar todos" e não só os suspeitos de atividades terroristas. A organização Open Rights Group criticou o governo acusando-o de utilizar a ameaça terrorista para levar adiante uma "lei de emergência" que "infringe nosso direito à privacidade".
O governo deixou claro que o acesso à informação será restrito às forças de segurança e que a lei só será válida até 2016, um ano após as eleições gerais.
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