Opositor diz que governo de Maduro é 'ditadura'
O líder opositor venezuelano Leopoldo López, preso desde fevereiro por incitação à violência, manifestou-se nesta segunda (21) em carta aberta, acusando o governo do presidente Nicolás Maduro de ser uma "ditadura".
O governo de Maduro alega que López e seu partido, o Vontade Popular, querem derrubá-lo do poder via um golpe de Estado.
O julgamento do líder político deve ter início nesta quarta (23).
"Tenho sido um perseguido chavista por mais de dez anos", diz López, na carta. "Durante mais de um ano, a partir de janeiro de 2013, Nicolás Maduro expressou publicamente, incluindo em cadeias nacionais de rádio e televisão, seu desejo de me colocar na prisão pelas opiniões emitidas contra seu governo", prossegue.
A carta é intitulada "Eu Acuso a Ditadura Venezuelana", referência à carta aberta "Eu Acuso", de Émile Zola, que denunciava fraudes no julgamento do militar judeu Alfred Dreyfus, caso que viria a ser um dos escândalos políticos mais famosos do século 19 na França.
"Estou preso por haver denunciado o Estado venezuelano como corrupto, ineficiente, repressor e antidemocrático. Estou preso por haver denunciado em voz alta que na Venezuela não há democracia", afirma López.
O opositor ressalta, ainda, que as acusações do governo não procedem, já que nos discursos anteriores à sua detenção, ele defendia a não violência como forma de engajamento nas passeatas.
Sua prisão ocorreu em 12 de fevereiro, após a primeira de diversas manifestações contra o governos e Nicolás Maduro, que deixaram um saldo de 42 mortos.
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