ONU aprova investigação contra Israel sobre ofensiva na faixa de Gaza
O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) abriu nesta quarta-feira (23) uma investigação sobre a ofensiva militar israelense em Gaza para avaliar a suspeita de que houve crimes de guerra no território palestino.
A operação do Exército do Estado judaico começou na última quinta (17), deixou mais de 600 palestinos mortos e mais de 4.000 feridos. Outros três civis e 32 militares israelenses morreram durante as ações.
A investigação foi aprovada por 29 dos 47 países que participaram da votação, dentre eles Brasil, Rússia, China e Índia. Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, votaram contra e 17 países, em sua maioria europeus, se abstiveram.
Antes da votação, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu a investigação baseando-se em ataques cometidos por Israel em Gaza e outras ações do grupo radical palestino Hamas contra áreas civis.
Dentre os exemplos, citou a destruição de casas e escolas e a morte de mais de cem crianças na faixa de Gaza. "Estes são alguns exemplos em que parece haver forte possibilidade de que o direito internacional humanitário tenha sido violado".
O ministro das Relações Exteriores palestino, Riad Malki, disse que Israel cometeu crimes hediondos. "Israel destrói completamente bairros residenciais. O que Israel faz viola as convenções de Genebra".
Em nota após a decisão, Israel chamou de "farsa" a decisão do conselho, diz ter adotado medidas para não prejudicar os civis palestinos e acusa o Hamas de ter cometido um duplo crime de guerra.
"O Conselho deveria lançar uma investigação contra a decisão do Hamas de transformar hospitais em centros de comando militar, usar escolas para armazenar armas e colocar baterias de mísseis junto de parques infantis, casas e mesquitas".
Na Jordânia, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, descreveu a situação em Gaza como "catastrófica" e continuou a pedir apoio para que se realize um cessar-fogo na região.
CONFLITO
Nesta quarta, continuam os combates em Gaza e em Israel. Segundo o Exército de Israel, um operário tailandês morreu após ser atingido por um foguete disparado do território palestino em Askhelon.
Os militares dizem que, desde a 0h desta quarta (18h de terça em Brasília), 50 foguetes palestinos atingiram o território de Israel. Deles, 36 caíram em solo e outros 12 foram interceptados por baterias antiaéreas.
Diante da falta de segurança, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) emitiu um novo comunicado proibindo os voos comerciais de companhias americanas para a região.
As três empresas americanas que voam para o país, assim como outras 15 companhias europeias, africanas e asiáticas cancelaram as viagens para o aeroporto de Ben Gurion, que serve Tel Aviv.
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