Treze civis morrem em combates no leste da Ucrânia
Treze civis, entre eles duas crianças, morreram neste domingo (27) em combates em Gorlivka, um dos redutos dos separatistas pró-russos localizado a 45 km ao norte de Donetsk, anunciou a administração regional em um comunicado.
"Segundo as primeiras informações, 13 pessoas morreram, entre elas um menino de um ano e outro de cinco", segundo a nota.
Um porta-voz militar ucraniano informou anteriormente que ocorreram disparos de lançadores múltiplos de foguetes Grad nos bairros residenciais de Gorlivka e responsabilizou os rebeldes pelos ataques.
"O trabalho dos serviços de emergência está perturbado por disparos regulares", de acordo com a mesma fonte.
"Eu estava no mercado quando pessoas da DNR (República Autoproclamada de Donetsk) nos disseram que iriam ocorrer muitos disparos ali e que deveríamos partir", declarou à AFP por telefone Liudmila, uma moradora de Gorlivka.
"Vinte minutos depois começaram os disparos. O primeiro veio do interior da cidade e depois de todos os lados. Não entendo nada", disse.
TRAGÉDIA AÉREA
Policiais holandeses e australianos, acompanhados pela OSCE, cancelaram neste domingo uma visita ao local onde o avião da Malaysia Airlines foi derrubado, em meio aos combates entre o Exército ucraniano e os separatistas pró-russos.
Os disparos de artilharia eram ouvidos a apenas um quilômetro do local do impacto do avião, a 60 km de Donetsk, onde se erguia uma coluna de fumaça negra.
Dez dias após a queda do Boeing 777 da Malaysia Airlines que cobria a rota Amsterdã-Kuala Lumpur com 298 pessoas a bordo, ainda existem restos de corpos e do avião espalhados pela zona, na qual os inspetores têm apenas um acesso limitado.
Trinta especialistas médicos-legais holandeses e uma equipe de policiais desarmados deste país e da Austrália se preparavam neste domingo para visitar o local pela manhã, mas precisaram desistir por motivos de segurança.
"Continuam ocorrendo combates. Não podemos nos arriscar", declarou Alexander Hug, vice-diretor da missão especial na Ucrânia da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), que supervisionava a viagem.
"As condições de segurança em direção ao local e no próprio local são inaceitáveis para uma missão de observadores desarmados", acrescentou, afirmando que poderão tentar se aproximar nesta segunda-feira (28).
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, afirmou, por sua vez, que o envio de uma missão militar internacional para garantir a segurança na zona não é realista no momento, devido à forte presença armada de separatistas nesta região próxima à fronteira russa.
Um porta-voz militar ucraniano afirmou que o Exército não estava combatendo perto do local da catástrofe, diferentemente, segundo Kiev, dos separatistas.
"Os terroristas estão destruindo provas de seu crime?", se perguntou em sua conta no Twitter o ministro das Relações Exteriores, Pavlo Klimlin.
Kiev e os ocidentais acusam os insurgentes pró-russos e seus protetores no Kremlin pela queda do avião.
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