EUA e tropas curdas rompem cerco e facilitam saída de minoria no Iraque
Após três bombardeios americanos a posições do grupo radical Estado Islâmico (EI) na montanha Sinjar e a ação de combatentes curdos armados pelos EUA, o cerco aos milhares de yazidis que estavam no monte localizado no norte do Iraque foi rompido, disse o governo americano no fim da noite desta quarta (13).
Isso fez com que o Pentágono considerasse "bem menos provável" uma ação dos EUA em terra para resgatar os civis. A decisão foi tomada após a avaliação de cerca de 20 militares e analistas americanos, que estiveram na montanha na madrugada de terça (12) para quarta.
"A equipe avaliou que existiam muito menos yazidis no monte Sinjar que o previsto. Os yazidis que restaram estão em melhores condições do que pensávamos e continuam a ter acesso à comida e água que nós enviamos", disse o Pentágono, por meio de um comunicado divulgado na noite desta quarta, acrescentando que a ajuda humanitária americana continuará a ser enviada.
Mais cedo durante esta quarta-feira, a Casa Branca chegou a considerar o uso de tropas terrestres para ajudar os iraquianos em uma ação de resgate.
A rede americana CNN informou que cerca de 100 mulheres e crianças yazidis teriam sido sequestradas por militantes do EI na cidade de Sinjar, segundo um radical.
Também nesta quarta, o presidente da França, François Hollande, decidiu, em coordenação com autoridades de Bagdá, enviar armas às forças curdas que combatem os radicais do EI.
A decisão foi tomada para "responder às necessidades urgentes expressadas pelas autoridades regionais do Curdistão", disse o governo francês,que anunciou ainda o envio de ajuda humanitária.
A Alemanha, que até o início da semana descartava o envio de armas para zonas de conflito, declarou que está preparada para armar os curdos contra os radicais sunitas do EI.
Editoria de arte/Folhapress | ||
TENSÃO POLÍTICA
O primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, disse nesta quarta que a nomeação de Haidar al-Abadi para substituí-lo no cargo violou a Constituição e "não tinha nenhum valor".
Maliki disse que só deixará a função após determinação judicial.
Para ele, a nomeação não era válida sem a decisão final do Tribunal Federal, para o qual apelou na terça (12) contra a decisão de encarregar Abadi com a formação de um novo governo.
Em nota, o Dawa, partido de Maliki, defendeu sua saída, e "pede para os blocos políticos trabalharem em cooperação com o primeiro-ministro constitucionalmente nomeado, Abadi".
O xiita Maliki ocupa o cargo desde 2006 e tem sido criticado internacionalmente por marginalizar iraquianos sunitas, curdos e minorias.
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