Chefe Executivo de Hong Kong acusa intervenção estrangeira nos protestos
O chefe do Executivo de Hong Kong acusou "forças estrangeiras" de envolvimento nas manifestações pró-democracia que paralisam parte da ex-colônia britânica, uma denúncia rebatida de maneira imediatada por seus críticos.
Leung Chung-ying declarou que "forças estrangeiras" atiçam as chamas do movimento pró-democracia, que desde 28 de setembro levou às ruas dezenas de milhares de manifestantes. Três pontos da cidade permanecem ocupados pelos ativistas.
"Não vou entrar em detalhes, mas não é um movimento totalmente interno", disse.
Jeon Heon-Kyun/Efe | ||
Manifestantes dormem em avenida do bairro de Mong Kok, em Hong Kong |
A imprensa oficial da China acusa "forças anti-chinesas", como os Estados Unidos, de manipulação dos manifestantes. Pequim advertiu contra qualquer interferência estrangeiras nos protestos de Hong Kong.
Os líderes do movimento pró-democracia responderam rapidamente as acusações do chefe do Executivo local.
Eles afirmaram que a motivação do grupo é o desejo de liberdades democráticas e o descontentamento com as desigualdades econômicas crescentes.
"Meus vínculos com o exterior se limitam a meu telefone de marca sul-coreana, meu computador americano e meu Gundam japonês (uma série de desenhos animados sobre robôs). E com certeza tudo isto é 'Made in China'", ironizou Joshua Wong, um dos líderes estudantis.
Alex Chow, presidente da Federação de Estudantes de Hong Kong, desafiou Leung a apresentar exemplos concretos de suas acusações.
Leung, considerado pelo movimento pró-democracia um fantoche de Pequim, afirmou que as manifestações escaparam de qualquer controle e defendeu um "acordo pacífico e sensato do problema".
O governo propôs uma nova reunião na terça-feira (21) com os estudantes, líderes do movimento. Mas analistas consideram improvável que Pequim faça concessões.
Os manifestantes querem a renúncia de Leung Chun-ying e a instauração de um verdadeiro sufrágio universal no território autônomo, que passa pela crise mais grave desde sua devolução à China em 1997.
A China aceitou o princípio de sufrágio universal para a eleição do próximo chefe do Executivo em 2017, mas pretende controlar o processo eleitoral e conservar o direito de veto das candidaturas.
VIOLÊNCIA
O fim de semana teve confrontos entre manifestantes e policiais no bairro de Mong Kok.
Dezenas de pessoas ficaram feridas, incluindo 22 policiais.
A polícia informou a prisão de quatro pessoas.
A polícia havia retirado as barricadas no bairro na sexta, mas os manifestantes voltaram a ocupar o local.
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