Raúl Castro celebra acordo com EUA, mas lamenta manutenção de embargo
O ditador cubano Raúl Castro anunciou nesta quarta (17), em discurso na televisão estatal da ilha, que Cuba e EUA definiram o "restabelecimento das relações diplomáticas".
"Esta decisão do presidente Obama merece respeito e reconhecimento do nosso povo", afirmou Castro, que agradeceu o apoio do papa Francisco e do governo canadense no processo de aproximação entre Cuba e EUA, que romperam laços diplomáticos em 1961.
Apesar da decisão de avançar na normalização das relações entre os dois países, "isto não quer dizer que o principal tenha sido resolvido", afirmou Castro.
O ditador cubano exigiu o fim do "bloqueio econômico, comercial e financeiro que provoca enormes danos humanos e econômicos", referindo-se ao embargo imposto pelos EUA à economia cubana.
Para realizar as mudanças anunciadas nesta quarta, Obama recorreu a um decreto, mas ele não pode unilateralmente pôr fim ao embargo econômico americano, já que este foi aprovado pelo Congresso e requer ação dos legisladores para ser revogado.
Em seu discurso, Castro admitiu que persistem profundas diferenças entre os dois países, "fundamentalmente em matéria de soberania nacional, democracia, direitos humanos e política externa", mas reafirmou a "vontade" do governo de Cuba em dialogar sobre todos esses temas.
"Os progressos alcançados nas conversas realizadas demonstram que é possível encontrar solução para muitos problemas. Como repetimos, devemos aprender a arte de conviver, de forma civilizada, com nossas diferenças", ponderou.
PRISIONEIROS LIBERTADOS
"Chegaram hoje à nossa pátria Gerardo (Hernández), Ramón (Labañino) e Antonio (Guerrero)", disse Castro, referindo-se aos três cubanos que continuavam presos nos EUA, parte dos Cinco Cubanos –agentes detidos em 1998 e condenados a longas penas de prisão por espionagem.
"Baseados em razões humanitárias, hoje, também foi devolvido ao seu país o cidadão americano Alan Gross", afirmou Raúl, citando o funcionário americano terceirizado detido em 2009 e condenado a 15 anos de prisão por distribuir equipamentos de comunicação a grupos civis cubanos.
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