Cubanos nos EUA se dividem quanto à aproximação americana com a ilha
A comunidade cubana nos Estados unidos está dividida com a notícia da aproximação entre os dois países, que retomaram relações diplomáticas nesta quarta-feira (17).
Alguns comemoraram a perspectiva de acesso mais fácil a parentes que continuam na ilha.
"É maravilhoso", afirma Hugo Cancio, que emigrou para Miami em 1980, no episódio que ficou conhecido como Êxodo de Mariel, quando Fidel abriu o porto homônimo por cinco meses, permitindo que dissidentes do regime comunista emigrassem. "É um novo começo, um sonho se tornando realidade para 11,2 milhões de cubanos e eu acho que vai provocar uma mudança na mentalidade na nossa comunidade aqui também", completa.
O advogado cubano Pedro Freyre concorda com o compatriota. "Não é exagero dizer que é um dia histórico", afirma.
Por outro lado, alguns dissidentes do regime comunista se mostraram indignados com os anúncios feitos por Obama e Raúl Castro.
"É uma falta de respeito. Obama é mais fidelista e comunista do que outros", disse Félix Tirse, que chegou aos EUA há 53 anos.
Oswaldo Hernández, 50, membro da organização anticastrista Vigilia Mambisa, concorda. "Sabia que isso iria acontecer. Há tempos que ele (Obama) vem com essa confusão", disse ele à AFP em Miami com um cartaz denunciando a "traição" de Washington nas mãos
O congressista Mario Diaz-Balart, nascido nos EUA mas com raízes cubanas, também condenou o presidente americano pelas atitudes, que considerou "uma traição aos valores fundamentais dos EUA e um profundo insulto ao povo cubano oprimido", disse.
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