Japão e Jordânia avaliam trocar presos por reféns com o Estado Islâmico
O Japão segue intensificando nesta terça-feira (27) sua colaboração com a Jordânia para a liberação de Kenji Goto, jornalista japonês que está nas mãos do Estado Islâmico, enquanto estuda uma possível troca de reféns entre Amã e a milícia extremista.
"Há avanços na colaboração com a Jordânia", disse o vice-ministro das Relações Exteriores do Japão, Yasuhide Nakayama, em declarações à rede de TV japonesa NHK.
Nakayama, encarregado da equipe especial que trabalha em Amã para gerir a crise dos reféns, acrescentou que ambos os países têm como meta a liberação do piloto jordaniano Muaz Kassabeh, que fazia parte da coalizão que combate o EI e foi capturado em dezembro pelos jihadistas quando seu avião caiu na Síria, e de Goto.
AFP | ||
Kenki Goto, jornalista japonês que está sob poder do Estado Islâmico |
Numa gravação divulgada na internet no sábado, o EI pediu a liberação da extremista iraquiana Sayeda al-Rishawi, condenada à morte na Jordânia por um atentado num casamento em Amã. Ela tinha explosivos presos ao corpo, que falharam. Três de seus comparsas, porém -incluindo seu marido– conseguiram detonar seus dispositivos, matando ao menos 60 pessoas. Em troca, os jihadistas liberariam Goto.
Em mensagem difundida nesta terça por meio de mensagem de áudio, a milícia ameaçou matar os reféns –mencionou o piloto jordaniano pela primeira vez– em 24 horas caso Rishawi não seja solta. O vídeo contendo a gravação foi publicado no Youtube. Quem fala é Goto, em inglês.
Nesse sentido, o jornal jordaniano "Jordan Times" sinalizou na segunda que o Estado Islâmico teria também proposto uma troca de "dois por dois", que consistiria na liberação de Goto e do piloto Kassebeh em troca de Rishawi e de um outro jihadista condenado na Jordânia em 2008.
Fontes próximas ao Executivo japonês confirmaram à NHK que houve contatos entre autoridades jordanianas e o Estado Islâmico. Dois deputados do Parlamento da Jordânia, Basam al-Manaser e Ali Bani Ata, afirmam que Amã está considerando a proposta dos jihadistas.
O porta-voz do governo japonês, Yoshihde Suga, evitou o tema, mas qualificou a situação como "extremamente difícil" e afirmou que a coordenação e a cooperação entre Tókio e Amã vão por um bom caminho.
A possibilidade da troca, que vem sido avaliada pelo Japão e pela Jordânia há alguns dias, foi rechaçada publicamente pelos Estados Unidos.
Uma porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, disse em coletiva de imprensa que a troca seria o mesmo que o pagamento de um resgate, o que supõe aceitar as demandas dos terroristas.
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