Egito liberta e extradita repórter da Al Jazeera após mais de um ano na prisão
O jornalista Peter Greste, da Al Jazeera, partiu do Egito para seu país natal, a Austrália, após passar 400 dias numa prisão do Cairo sob acusações que incluíam a de ajudar a Irmandade Muçulmana, segundo fontes da segurança egípcia.
Não há informações, ainda, sobre o destino de seus dois colegas da Al Jazeera - o egípcio-canadense Mohamed Fahmed e o cidadão egípcio Baher Mohamed - que foram presos com Greste no caso que provocou protestos internacionais.
Os três foram condenados a de sete a dez anos de prisão por acusações que incluíam a de espalhar mentiras para ajudar uma "organização terrorista" - uma referência à Irmandade Muçulmana, que faz oposição ao regime e foi colocada fora da lei.
Asmaa Waguih - 23.jun.2014/Reuters | ||
Peter Greste (esq.) e seus colegas Fahmy and Baher Mohamed são julgados em junho de 2014 |
A soltura de Greste vem num momento em que o Egito se recupera de um dos mais sangrentos ataques em vários anos. Mais de 30 homens das forças de segurança foram mortos na noite de quinta-feira (29) em Sinai, e declarações do presidente Abdel Fattah al-Sisi sugerem que ele não está disposto a abrir concessões.
Muitos egípcios veem a rede de TV Al Jazeera, do Catar, como uma força determinada a desestabilizar o país, ponto de vista encorajado pela mídia local, que rotulou os jornalistas como "a célula Marriott", porque trabalhavam a partir de um hotel da rede norte-americana.
As autoridades egípcias acusam a Al Jazeera de apoiar a Irmandade Muçulmana, movimento que o então chefe do Exército Sisi derrubou do poder em 2013.
O caso contribuiu para tensões entre o Egito e o Catar, ainda que haja especulações de que a mediação saudita tenha melhorado a situação, criando a possibilidade de que Sisi vá deportar ou indultar os jornalistas.
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