Zimbábue nega queda de Mugabe, que vira meme na internet
Após a repercussão do tropeço do ditador Robert Mugabe, 90, nos degraus de uma escada, o governo do Zimbábue negou nesta quinta-feira (5) que tenha ocorrido uma queda, dizendo que Mugabe conseguiu evitá-la.
"O que aconteceu foi que o presidente tropeçou no carpete sobre os degraus de uma escada ao descer de uma plataforma, mas é evidente que ele conseguiu por si mesmo evitar a queda", disse o ministro da informação do país, Johnathan Moyo, ao jornal estatal Herald. "Não há evidências de que ele tenha de fato caído", completou.
Para atenuar o caso, Moyo citou exemplos de outros líderes que também tropeçaram, como o ex-presidente dos EUA George W. Bush e a rainha Sofia, da Espanha. "Até Jesus teria tropeçado sobre um carpete mal colocado", disse.
Testemunhas que pediram anonimato por motivos de segurança afirmaram que viram Mugabe tropeçar ao descer de uma plataforma no aeroporto na quarta-feira (4).
Fotógrafos da imprensa local disseram que foram forçados a apagar as imagens da queda de Mugabe.
As imagens da queda do ditador viraram meme na internet, tendo se popularizado o termo #MugabeFalls (#MugabeCai, em português). Nas montagens, o ditador aparece em cenas inusitadas, como se estivesse surfando, dançando ou fugindo de um hipopótamo.
Ele também aparece sobre o dragão do filme "História Sem Fim" com o título: "Ditadura Sem Fim".
Após o tropeço, assistentes ajudaram Mugabe a se levantar e o levaram até uma limusine, que partiu logo em seguida.
Mugabe caiu após retornar de Adis Abeba, na Etiópia, onde foi nomeado líder da União Africana, entidade que reúne 54 países no continente.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis