Contra extremismo e por mais direitos, Áustria refaz sua lei sobre islã
Em uma tentativa de evitar derivas extremistas, o Parlamento da Áustria adotou na quarta-feira (25) uma nova legislação que promove "um islã com caráter europeu" e proíbe o financiamento estrangeiro dos imãs.
Vários países europeus, como a França, acompanham com interesse essa iniciativa.
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, anunciou em meados de fevereiro sua vontade de impedir estes financiamentos.
O texto, apresentado pelo governo de coalizão entre esquerda e direita, moderniza a anterior Lei sobre o Islã, promulgada em 1912, após a anexação da Bósnia-Herzegóvina pelo império austro-húngaro.
O objetivo é "conceder mais direitos aos muçulmanos, mas também combater claramente as derivas", explicou na terça-feira o jovem ministro conservador de Integração, Sebastian Kurz.
Cerca de 560 mil muçulmanos, em sua maioria turcos e bósnios, vivem na Áustria, um país de 8,5 milhões de habitantes.
A nova lei começou a ser elaborada há dois anos e não está relacionada aos recentes atentados islamitas na Europa.
Ela ganha, no entanto, uma maior relevância agora, quando cerca de 200 pessoas, incluindo mulheres e menores, viajaram a partir da Áustria para se alistar nas fileiras jihadistas na Síria e no Iraque.
Para limitar os riscos de doutrinamento e promover um "islã com caráter europeu", a nova lei proíbe o financiamento das organizações culturais e dos imãs por fundos estrangeiros.
Também exige que os clérigos muçulmanos dominem o alemão.
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