Um dia após terremoto, brasileiros que faziam trilha no Nepal estão bem
Ana Wanke/Reprodução | ||
Hindus acendem velas para pedir calma e paz à terra, em prece para encerrar os terremotos no Nepal |
Um dia após o terremoto de magnitude 7.8 que atingiu o Nepal, os dois grupos de brasileiros que faziam trekking no país passam bem.
O primeiro grupo, de 20 pessoas, estava caminhando há nove dias e chegou hoje ao vilarejo de Siwai. Lá, enquanto aguardavam o ônibus para seguir viagem, sentiram novos tremores.
"Chegamos no hotel em Pokhara às 16h40 e às 17h15 nos orientaram a sair do prédio devido a um aviso de terremoto", explica a líder do grupo, Ana Paula Wanke. O grupo, que não havia almoçado, retornou para o hotel às 19h, hora local, para o jantar.
Ana Wanke/Reprodução | ||
Placa indica as vilas na região do monte Annapurna, de onde um grupo de 20 brasileiros retornava |
O hotel possui internet sem fio, apesar de intermitente, o que possibilitou o contato dos brasileiros com seus familiares.
"Na volta vimos as pessoas de religião hindu acendendo velas para pedir calmar e pedir paz à terra, para que os terremotos parassem", relata Ana.
O grupo foi orientado pelo governo brasileiro a permanecer alguns dias em Pokhara, já que a cidade não sofreu grandes danos com os abalos.
O guia do grupo, Maximo Kausch, afirmou que eles deverão sair do país em breve, mas não ainda não conseguiram ver a real dimensão do problema.
"Por aqui não temos problema de falta de água, comida ou locais muito destruídos. Quando formos a Katmandu poderemos ver realmente o estrago", afirmou à Folha por telefone.
Segundo ele, os turistas irão deverão ir à capital Katmandu em dois ou três dias, para então, voltar ao Brasil.
"Sair imediatamente seria o caos, então vamos esperar uns 2 dias; todo mundo já está tentando mudar a data do voo e logo voltaremos ao Brasil", concluiu.
MEIA VOLTA DO EVEREST
O outro grupo, de oito brasileiros, que estava incomunicável no dia de ontem, conseguiu entrar em contato e passa bem.
Eles vão seguir até a região do vale do Gokyo, onde há mais infraestrutura. Lá, devem descansar por algum tempo, antes de dar meia volta e retornar para vilas de altitudes mais baixas, como Namche Bazaar ou Lukla. Nessa última há um campo de pouso, de onde os visitantes da região costumam chegar e sair. O plano é chegar nessa região no dia 30 de abril.
Segundo Giancarlo Valias, sócio da empresa Venturas Viagens, que organizou a viagem, o grupo só deve voltar à Katmandu quando puderem deixar o país, por segurança. A empresa criou um grupo de whatsapp para dar notícias aos familiares.
Para ele, pode haver preocupação com relação aos mantimentos, já que os as refeições principais são feitas em hospedarias e não se sabe se o terremoto vai afetar a distribuição de alimentos.
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