Ataques de coalizão não impedem ofensiva do EI sobre Bagdá
Apesar dos pesados bombardeios aéreos dos Estados Unidos e das forças de coalizão sobre as posições da facção Estado Islâmico (EI) no Iraque, observadores militares estimam que a ofensiva dos radicais sobre Bagdá prosseguirá com maior intensidade nas próximas 24 horas, e tudo indica que, diante da debilidade das forças regulares iraquianas, a capital corre sério risco de ser conquistada.
Críticas são feitas em Israel e em diversas capitais do Golfo Pérsico sobre o que se define como o não engajamento de tropas americanas em combates terrestres.
"Bombardeios aéreos ajudam, mas não resolvem. As forças iraquianas estão se ressentindo da falta de suprimentos e a munição escasseia", enfatizou em artigo de opinião o jornal "Maariv", de Tel Aviv.
Os últimos informes indicam que o EI já controla mais de 80% da província de Anbar, próxima à capital. Notícias de Washington contam que o presidente Obama está preocupado com a situação, mas que não pretende modificar a estratégia de combate aos extremistas.
Na verdade, a situação é definida como crítica pelos observadores. A partir de Ramadi (capital de Anbar), o EI tenta o assalto a Falluja, que ainda se encontra sob controle do Exército iraquiano e que está localizada a apenas 40 quilômetros de Bagdá.
Editoria de Arte/Folhapress |
Os analistas militares estão colocando em xeque a habilidade do governo liderado pelos xiitas de estancar o avanço do EI após as últimas vitórias obtidas pelos radicais. Primeiro capturaram Tikrit, cidade natal de Saddam Hussein. Depois, Mossul, a segunda mais importante cidade iraquiana.
O que se tem visto é soldados iraquianos abandonando as posições que no passado foram ocupadas pelas tropas americanas. Também em Kirkuk, hoje sob controle curdo, houve fuga de combatentes iraquianos.
O EI quer criar um califado islâmico nos dois lados da fronteira entre Iraque e Síria. Os radicais têm conseguido penetrar em partes do território sunita do Iraque, anteriormente controlado por forças dos EUA, devido à debandada de forças policiais e militares iraquianas.
O próprio Obama reconheceu, durante encontro com os chefes militares dos países que integram a coalizão internacional, que a situação é preocupante. Em suma, os EUA prosseguirão com os bombardeios aéreos, mas não enviarão tropas ao Iraque. Washington descarta também qualquer possibilidade de uma aliança militar com o Irã contra os extremistas islâmicos.
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