Após reclamações, Itamaraty acelera promoção de diplomatas
O Itamaraty decidiu aumentar, nos próximos anos, o número de diplomatas em início de carreira que serão promovidos pela pasta.
A iniciativa busca atender reclamação de servidores do ministério insatisfeitos com o congelamento na carreira promovido após ampliação de vagas em concursos na gestão do então presidente Lula.
Entre 2006 e 2010, foram abertas mais de 100 vagas anuais no concurso do Instituto Rio Branco, número acima da média de anos anteriores. Em 2015 há 30 vagas disponíveis.
Jhon Paz - 7.jul.2014/Xinhua | ||
O Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, iluminado à noite |
De acordo com o Itamaraty, até 80 terceiros-secretários (classe inicial da diplomacia) serão promovidos em 2015 e 2016. Em 2014, a promoção foi concedida a 33 servidores.
Também foi acelerado o ritmo de promoção de segundo para primeiro-secretário. Enquanto no ano passado essa progressão havia sido concedida a 31 diplomatas, em 2015 serão beneficiados 40 servidores.
O anúncio ocorre após assinatura de portaria pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a qual define a meta de promoções de servidores até 2018.
Na prática, a medida implica em maior salário para esses diplomatas, lotados no Brasil ou no exterior, e maior expectativa para assumir postos mais elevados.
A chefia de um consulado ou embaixada, por exemplo, é concedida a diplomatas que estejam ao menos na classe de conselheiro. Em Brasília, também há exigência mínima para o cargo de chefe de divisão.
O Itamaraty possui cerca de 1.500 diplomatas ativos. De acordo com dados mais recentes do Ministério do Planejamento, a remuneração inicial, de terceiro-secretário, é de R$ 14.290,72. O salário da categoria seguinte, segundo-secretário, sobe para R$ 15.800,06.
CARTA
No ano passado, os servidores mais jovens chegaram a entregar uma carta ao então chanceler, Luiz Alberto Figueiredo, destacando o problema do represamento de promoções.
Ao todo, 342 diplomatas assinaram o documento, que criticava "distorções" e a "significativa anomalia do fluxo da carreira".
"A manutenção das circunstâncias atuais poderá representar prejuízo não apenas para os integrantes da classe terceiro-secretário, mas também para o ministério como instituição, já que seria privado das contribuições de toda uma geração de profissionais que jamais encontrarão possibilidade de assumir posições de responsabilidade e comando", dizia a carta.
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