Obama defende "combate de ideias" contra o Estado Islâmico
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu o combate de ideias distorcidas e extremistas como estratégia fundamental e complementar à força militar para acabar com a milícia radical Estado Islâmico (EI).
Em discurso no Pentágono nesta segunda-feira (6), Obama alertou para a cooptação de pessoas "vulneráveis" pelo grupo terrorista no mundo todo, inclusive nos EUA.
"Ideologias não são derrotadas por armas. São derrotadas por melhores ideias", discursou o americano.
Saul Loeb/AFP | ||
O presidente Barack Obama concede entrevista no Pentágono ao lado de chefes das Forças Armadas |
Nos últimos dias, têm vindo a público relatos de cooptação, como o de uma mulher de 23 anos que se dizia solitária e acabou se tornando "amiga" de membros do grupo terrorista por meio de redes sociais -a história foi relatada pelo jornal americano "The New York Times".
O recrutamento on-line também passou a ser alvo de combate dos EUA, segundo Obama. "A batalha por corações e mentes será uma luta geracional", justificou.
O presidente americano argumentou que o combate ao EI depende do engajamento de países e comunidades muçulmanos na proteção de seus "filhos e filhas" e da rejeição de interpretações distorcidas do islamismo.
Ele reconheceu que a segurança dos países que combatem o terrorismo se tornou mais frágil. Diferentemente da Al Qaeda -rede responsável pelos ataques do 11 de Setembro, que deixaram quase 3.000 mortos nos EUA-, o Estado Islâmico se organiza em células pequenas ou mesmo individuais e promove ataques dispersos, observou.
"É mais difícil cometer um atentado de grande escala, mas a ameaça de lobos solitários é mais complexa. É mais difícil detectá-la e impedi-la. Esse é um dos nossos principais desafios", relatou.
'OPORTUNISTA E ÁGIL'
Obama ponderou que o combate ao EI "não será rápido". "Essa é uma campanha a longo prazo. O EI é oportunista e ágil." Por isso, deverá ser atingido no "coração", ou seja, em suas campanhas por financiamento e recrutamento humano.
O presidente americano discursou logo depois de sua equipe lhe ter fornecido informações atualizadas sobre a luta contra o EI. Obama informou que mais de 5.000 ataques aéreos foram feitos contra a facção no Iraque, na Síria e no norte da África.
Um dia antes, o porta-voz da coalizão liderada pelos EUA informou que 38 ataques aéreos tinham sido feitos na Síria e no Iraque, 18 dos quais na autodeclarada capital da milícia, a cidade de Raqqa.
Pelo menos 23 membros do EI teriam sido mortos. A ação foi comemorada como uma das mais bem-sucedidas no combate à milícia.
Obama defendeu a cooperação entre os países e o treinamento efetivo de aliados locais no lugar do envio de novas tropas americanas. "Senão", observou, "quando formos embora, os extremistas voltarão a ocupar o vazio".
O presidente disse ainda ter "deixado claro" para sua equipe que o país fará mais para "treinar e equipar a oposição moderada na Síria". Obama, porém, não deu detalhes sobre como isso ocorrerá.
Com agências de notícias
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