Acordo nuclear abre novo capítulo entre Irã e mundo, diz líder iraniano
O presidente do Irã, Hasan Rowhani, afirmou que o país iniciou um novo capítulo nas relações com o mundo depois de ter assinado o acordo sobre o programa nuclear, nesta terça-feira (14).
Em um longo discurso transmitido pela TV estatal iraniana, o chefe de governo disse ter cumprido com todos os objetivos e os limites impostos pelas potências durante o período em que ocorreram as negociações.
"Hoje é o fim dos atos de tirania contra nossa nação e o início da cooperação com o mundo. Trata-se de acordo recíproco. Se eles se comprometem com isso, nós também o faremos. Nós sempre cumprimos nossas promessas e tratados."
Ele voltou a repetir que o Irã nunca teve a intenção de ter uma bomba atômica. Para ele, o pacto com as potências traz um novo momento para a história e o desenvolvimento iraniano.
"Hoje não é o dia do final, mas do começo para um novo movimento, um novo júbilo, uma nova esperança, um futuro melhor para os jovens, um movimento mais acelerado para o crescimento e desenvolvimento do nosso país."
O chefe de governo iraniano ainda criticou Israel por ter adotado "passos fúteis" para tentar parar o acordo e pediu aos vizinhos do Oriente Médio que "não se deixem enganar pela propaganda sionista".
"Para nós, a estabilidade dos países da região significa também nossa estabilidade. A ciência, a tecnologia, o crescimento e o desenvolvimento do nosso país será conveniente para os países da região."
O discurso de Rowhani foi transmitido pela televisão estatal iraniana logo após o pronunciamento do presidente dos EUA, Barack Obama, acontecimento raro nos meios de comunicação da República Islâmica.
FESTA
Depois do acordo com as potências do grupo P5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha), os diplomatas iranianos comemoraram efusivamente em Viena, na Áustria.
Durante a tarde em Teerã (manhã em Brasília), milhares de pessoas foram às ruas comemorar o pacto, fazendo buzinaço e sinais de vitória. A festa deverá aumentar à noite, após a refeição que quebra o jejum diurno do ramadã.
O acordo significará o fim das sanções que provocaram uma forte crise econômica. A situação piorou há três anos, quando Estados Unidos e União Europeia impediram as transações com o sistema financeiro internacional.
O fim das negociações foi uma vitória para o moderado Hasan Rowhani, eleito depois de prometer reduzir o isolamento do país. Porém, conservadores veem de forma cética o acordo e questionam a celebração de grupos reformistas.
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