Obama recusa enviar tropas para combater islamitas na Somália
Em visita à Etiópia nesta segunda-feira (27), o presidente dos EUA, Barack Obama apelou aos países do leste africano para que combatam os islamitas do grupo terrorista Al Shabaab na Somália e prometeu que manterá a pressão sobre esses insurgentes.
A Etiópia é um parceiro-chave de Washington em assuntos de segurança na região chamada de "Chifre da África".
Na capital etíope, Adis Abeba, onde realiza visita inédita para um chefe de Estado americano, Obama elogiou o trabalho das tropas regionais da força da União Africana (UA) na Somália (Amisom) para combater a Al Shabaab junto com o Exército somali.
Ele refutou, porém, enviar soldados americanos para enfrentar os islamitas.
"Não precisamos mandar nossos próprios fuzileiros para guerrear. Os etíopes são guerreiros experientes, e os quenianos e os ugandenses têm sido bastante sérios em seu trabalho".
A Amisom conta com 20 mil homens da Etiópia, do Quênia, de Uganda, do Djbuti e do Burundi.
"Uma das razões que explicam o recuo dos shabaabs na África Oriental são as equipes regionais (...) com forças locais", declarou Obama em coletiva conjunta com o primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn.
Os Estados Unidos realizam ataques regulares com drones contra os islamitas na Somália.
No domingo, quando o presidente americano deixava o Quênia, a primeira etapa desta viagem à África, em direção à Etiópia, os islamitas da milícia Al Shabaab realizaram um ataque com carro-bomba contra um hotel de Mogadício, a capital somali.
A explosão destruiu a fachada do edifício, que abriga as embaixadas da China, do Catar e dos Emirados Árabes Unidos, e matou pelo menos 13 pessoas.
SUDÃO DO SUL
Assim como no Quênia, a questão da segurança se impôs como tema central em Adis Abeba.
Já sobre os direitos humanos, o presidente americano ressaltou o déficit democrático etíope.
Efe | ||
Obama discursa ao lado do premiê etíope, Hailemariam Desalegn, no Palácio Nacional de Adis Abeba |
Em termos de direitos humanos na Etiópia, "ainda há trabalho, e acredito que o primeiro-ministro seja o primeiro a admitir que muito precisa ser feito", declarou.
Obama também denunciou a contínua deterioração da situação no Sudão do Sul, país mais jovem do mundo, devastado por 19 meses de guerra civil.
Os EUA desempenharam papel de liderança na obtenção da independência do Sudão do Sul, em 2011.
"Infelizmente, a situação continua se deteriorando. A situação humanitária piorou", afirmou, pedindo um acordo de paz entre os beligerantes nas próximas semanas.
"Não temos muito tempo. As condições no terreno pioraram muito. O objetivo é assegurarmos que os EUA e o IGAD (bloco regional que lidera o processo de paz) estejam alinhados em uma estratégia dirigida a conversações de paz", acrescentou.
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