Turquia invade território do Iraque para capturar milicianos curdos
Forças militares da Turquia invadiram nesta terça-feira (8) por terra o território do Iraque para perseguir milicianos curdos que realizaram ataques que mataram 31 soldados desde o último domingo (6).
A invasão, a primeira desde 2012, acontece numa ofensiva contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado um grupo terrorista. A ação ocorre ao mesmo tempo em que os turcos atacam o Estado Islâmico.
Segundo membros do comando militar, a incursão terrestre será curta e terá como objetivo evitar que os responsáveis pelos ataques escapem. Além da operação, a Turquia fez uma série de bombardeios a bases do PKK no Iraque.
A agência de notícias Dogan afirmou que mais de cem extremistas curdos foram mortos nas operações. Em discurso nesta terça, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu "não abandonar o país aos terroristas".
"Não abandonamos e não abandonaremos esta nação a três ou cinco terroristas", advertiu Erdogan. "Com a permissão de Deus, a Turquia, que já superou diversas crises, ficará livre desta praga do terrorismo."
A primeira emboscada que levou à operação ocorreu no domingo (6) e provocou a morte de 16 soldados em Daglica, no sudeste turco. Nesta terça, outros 14 militares foram mortos pelos curdos na província de Igdir.
OFENSIVA
O ataque de domingo foi o mais sangrento desde a retomada dos confrontos entre o Exército e os rebeldes curdos, em julho. Na época, o governo turco iniciou uma série de operações contra os rebeldes curdos no norte do Iraque.
A ação contra os curdos provocou mal estar com a coalizão comandada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico. Isso porque os combatentes curdos são uma das principais forças terrestres contra a milícia radical.
Reuters | ||
Soldados turcos carregam os caixões de colegas mortos em ataque de milícia curda no domingo (6) |
Apesar das críticas dos parceiros de coalizão, a Turquia continuou a atacar o norte iraquiano e não foi impedida pelos demais países. O governo iraquiano não se manifestou até o momento sobre a operação.
Enquanto ocorre a ofensiva militar, aumenta a reação de turcos contra curdos. As instalações do Partido da Democracia do Povo, agremiação pró-curda, foram atacadas em diversas cidades.
O líder desta agremiação, Selahattin Demirtas, lançou um vibrante apelo à calma. "Curdos, turcos, aproximem-se um do outro. A paz é o melhor remédio", disse.
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