Congresso da Bolívia decide se Evo Morales pode tentar quarto mandato
O Congresso da Bolívia iniciou na tarde desta sexta-feira (25) a votação sobre a possível convocação de um referendo para definir se Evo Morales poderá concorrer a seu quarto mandato.
A sessão foi marcada por tentativas de obstrução dos opositores.
Até a 1h30 deste sábado, no horário local (2h30 em Brasília), a votação dos deputados e senadores ainda não havia começado.
Morales tomou posse em janeiro para o terceiro mandato, previsto para acabar em 2020.
David Mercado - 24.set.2015 /Reuters | ||
Evo Morales (à dir.) ao lado do vice-presidente Alvaro Garcia Linera durante evento em La Paz |
Se os parlamentares aprovarem a realização do referendo, se a população aprovar a participação de Morales na eleição presidencial e ainda elegê-lo, o presidente ficará 19 anos no poder –o quarto mandato terminará em 2025.
A aprovação é dada como certa por analistas, já que o MAS (Movimento ao Socialismo), partido do mandatário, tem mais de dois terços das cadeiras do Congresso (Senado e Câmara).
O início da sessão foi marcada por discussões entre deputados da oposição e do governo. Os adversários de Morales consideram que a aprovação do novo mandato impede a alternância de poder e criará uma presidência imperial.
Por isso, colocaram dois projetos para obstruir a pauta: um mudando a Constituição e outro invalidando a mudança constitucional. Os dois foram indeferidos pela mesa diretora, provocando novos protestos.
Um dos integrantes da mesa, o senador governista Milton Barón, acusou os adversários de fazerem chicanas políticas. "Antes, para a oposição, a alternância era sortear o poder. A decisão tomada pela Assembleia é totalmente democrática."
Enquanto a sessão era realizada no plenário do Senado, em La Paz, milhares de pessoas de movimentos sociais ligados ao governo pediam nas ruas que o projeto fosse aprovado.
Morales assumiu pela primeira vez em 22 de janeiro de 2006. Três anos depois, aprovou a alteração da Constituição, permitindo sua primeira reeleição, em mandato que terminaria em janeiro deste ano.
No entanto, ganhou uma causa na Suprema Corte que lhe permitiu concorrer pela terceira vez no ano passado.
O desempenho da economia, que crescerá 4,5% neste ano, é um dos fatores que elevam sua popularidade.
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