Papa defende servidores que se recusam a oficializar casamento gay
O papa Francisco disse nesta segunda-feira (28) que funcionários públicos têm o "direito humano" de se recusar a realizar alguns trabalhos, como emitir licenças de casamento para homossexuais, caso isso viole sua consciência.
No dia 3 de setembro, a tabeliã americana Kim Davis foi presa após se negar a emitir, no cartório onde trabalhava, certidões de casamento para homossexuais, alegando motivos religiosos. Recentemente, a Suprema Corte dos EUA decidiu que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é garantido pela Constituição em todo o país.
Ao ser questionado sobre o caso, Francisco disse que "a objeção de consciência deve estar em toda estrutura jurídica, pois é um direito".
A declaração foi feita a repórteres que acompanhavam o papa em seu retorno a Roma, após uma viagem de dez dias por Estados Unidos e Cuba. No voo, Francisco também repetiu sua condenação a padres que abusaram sexualmente de crianças, dizendo que suas vítimas foram "esmagadas pelo mal".
Embora o pontífice argentino tenha comentado sobre temas que são motivo de debate nos Estados Unidos durante sua visita, ele nunca se referiu especificamente ao casamento gay.
Em outras ocasiões, Francisco expressou preocupações sobre as mudanças "jurídicas" da definição de família. No entanto, o pontífice evita falar sobre o tema.
Embora tenha trazido uma abordagem menos condenatória ao Vaticano, Francisco não mudou o dogma que considera relações homossexuais, o sexo fora do casamento e o aborto como pecaminosos.
Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, o papa não comentou sobre o casamento gay durante sua visita aos EUA, pois sua visão sobre o assunto é óbvia. "Ele veio com a esperança de disseminar uma mensagem positiva. Ele não quer entrar em polêmicas ou debates quando vem para dar uma mensagem positiva."
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