Na ONU, Raúl Castro defende fim de embargo econômico dos EUA a Cuba
Aplaudido antes, durante e depois (de pé), em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU nesta segunda-feira (28), Raúl Castro, ditador de Cuba, voltou a defender o fim do embargo econômico dos Estados Unidos à ilha.
Foi a primeira participação do líder ao evento desde que assumiu o poder, em 2008.
O presidente dos EUA, Barack Obama, em sua fala de manhã, também havia defendido a medida, que depende de aprovação do Congresso americano.
"Um longo e complexo processo pela normalização das relações foi iniciado, mas só será alcançado com o fim do embargo financeiro, comercial e econômico a Cuba", discursou Castro.
Ele dispensou o teleprompter e leu o texto em um papel sulfite.
No fim de 2014, os dois países começaram o processo de retomada de relações diplomáticas, que culminou com a reabertura recíproca de embaixadas em agosto, após 54 anos.
Castro cobrou a desocupação do "território ocupado ilegalmente na base naval de Guantánamo" e o fim das "transmissões de rádio e televisão e o programa de subversão e desestabilização contra a ilha".
Ele também citou o apoio de 188 países ao fim do embargo e defendeu compensações ao "nosso povo pelos danos humanos e econômicos que ainda sofre" com as sanções.
Mais cedo, sobre Cuba, Obama disse que "continuamos tendo diferenças e continuaremos a defender os direitos humanos, mas faremos isso por meio da diplomacia e do crescimento do comércio".
Para o americano, "a mudança não virá do dia para a noite, mas estou confiante de que a abertura, não a coação, irá sustentar as reformas e melhorar a vida da forma como o povo cubano merece, assim como acredito que Cuba encontrará seu sucesso se buscar a cooperação com outros países".
"Pensem nos norte-americanos que baixaram a bandeira de nossa embaixada em Havana em 1961, o ano em que nasci, e voltaram para lá algumas semanas atrás a fim de hasteá-la de novo. Um desses homens disse, sobre o povo cubano: 'Podemos fazer coisas por eles, e eles podem fazer coisas por nós; nós os amamos'.", discursou.
DILMA
Castro "reiterou o apoio solidário à presidente Dilma Rousseff e ao povo do Brasil na defesa de suas importantes conquistas sociais e da estabilidade do país".
Referindo-se ao drama de refugiados no Mediterrâneo, ele disse que a "União Europeia deve assumir de maneira plena e imediata sua resposta às crises humanitárias que ajudou a gerar".
O cubano citou parte do discurso às Nações Unidas feito há 15 anos por seu irmão, em que Fidel Castro defendeu o papel do organismo em "desarmar o mundo da guerra" e em combater a fome, a pobreza, as doenças e a destruição de recursos naturais "antes que seja tarde".
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