Acordo com Farc terá referendo, diz presidente da Colômbia
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, prometeu que o acordo de paz do governo com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) será submetido à aprovação da sociedade.
"A população terá a oportunidade de dizer sim ou não. Não sou obrigado, legalmente, mas prometi desde o início e, sim, vamos submetê-lo quando estiver pronto", afirmou, em inglês, ao responder a pergunta sobre o referendo.
Alejandro Ernesto/Efe | ||
Santos, com Raúl Castro (Cuba) e Timochenko (Farc), durante anúncio de acordo em Cuba no dia 23 |
Na quarta da semana passada (23), governo e guerrilha anunciaram a primeira parte de acordo para punir envolvidos em crimes nos 51 anos de conflito interno no país.
Nesta quarta (30), em evento da Americas Society/Council of the Americas em Nova York (EUA), o presidente procurou passar uma mensagem de otimismo a investidores e disse que nenhuma medida será tomada no país se não for "amigável" a negócios.
Santos calculou que o acordo de paz acelerará o crescimento do PIB em 1,5% nos cinco anos seguintes, com a ocupação de metade do território do país hoje dominado pela guerrilha. "A agroindústria tem enorme potencial, porque metade do país ainda é improdutiva", argumentou.
O presidente ironizou as críticas de seu antecessor, o hoje senador Álvaro Uribe, de que o acordo anistiará mesmo os guerrilheiros que tenham cometido crimes de guerra.
Negando que haverá impunidade, ele disse que enviou emissários e sugeriu a Uribe "deixar a animosidade de lado", sem sucesso. "Talvez a única parte prejudicada [com uma eventual conversa entre Santos e Uribe] seria o Twitter", afirmou, em referência à rede social usada pelo rival para lançar os ataques.
Segundo o presidente, quem confessar crimes será julgado pelo chamado sistema de transição e estará sujeito a penas de cinco a oito anos, e os que não colaborarem terão até 20 anos de "efetiva restrição de liberdade".
Santos declarou ainda que o cerne das negociações é condicionar a reintegração na atividade política de guerrilheiros à entrega de armas.
Questionado se Rodrigo Londoño, o Timochenko, chefe das Farc, poderia disputar eleições, o presidente respondeu: "Por que não? Só não acho que terá muitos votos".
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