Governo do Afeganistão culpa talibãs por bombardeio a hospital do MSF
Efe | ||
O hospital da MSF em Kunduz ficou destruido após bombardeio |
O governo do Afeganistão culpou os talibãs pelo bombardeio neste sábado (3) a um hospital da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Kunduz, no norte do país, por terem decidido se esconder no edifício durante os confrontos com as tropas afegãs, que contavam com apoio aéreo americano.
"Acreditamos categoricamente que os terroristas entraram no complexo do hospital para se esconderem das forças de segurança", afirmou o porta-voz do Ministério do Interior, Seddiq Seddiqi, em entrevista coletiva na capital Cabul. "Foi terrível ver a perda de vidas de médicos do MSF, mas infelizmente os terroristas decidiram se esconder no hospital."
Segundo o porta-voz, entre 10 e 15 terroristas se refugiaram no hospital, nesta madrugada, quando foi tomada a decisão de bombardear o centro, o que causou "a morte de todos os terroristas e de pelo menos três médicos afegãos".
Em um comunicado, a MSF tinha elevado para nove o número de mortos no bombardeio, todos membros de seu pessoal, além de 37 feridos, 19 deles faziam parte da organização humanitária. Mais tarde, a organização disse que o número de mortos tinha chegado a ao menos a 22.
O porta-voz afirmou que os 80 membros da MSF no centro, sendo 15 estrangeiros, foram transferidos para um lugar seguro. Segundo ele, havia também 105 pacientes, mas não especificou se também foram realocados.
"Estamos fazendo tudo o que está em nossas mãos para avaliar os danos e ver se há vítimas também entre os pacientes, mas por enquanto desconhecemos por estarmos no meio de uma investigação", disse Seddiqi.
A Médicos Sem Fronteiras criticou o fato de "o bombardeio ter continuado durante mais de 30 minutos depois de as autoridades militares americanas e afegãs terem sido informadas em Cabul e em Washington".
Na segunda-feira, os talibãs tomaram Kunduz, cidade estratégica para as comunicações do norte do país, a vitória mais importante dos insurgentes desde que foram desalojados do poder em 2001.
As tropas afegãs declararam ter retomado a cidade na quinta-feira em um contra-ataque que contou com apoio aéreo dos Estados Unidos, mas desde então continua a batalha.
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