Conselho ligado a líder supremo do Irã ratifica acordo nuclear com potências
O Conselho de Guardiães da Revolução do Irã ratificou nesta quarta-feira (14) a lei que aprova o acordo firmado em julho entre Teerã e seis potências mundiais sobre o programa nuclear iraniano. Este é o último passo, que autoriza ao governo implementar o pacto.
Na última terça, o Parlamento do país tinha aprovado a lei por ampla maioria, em uma vitória do governo do presidente Hassan Rouhani sobre oponentes conservadores sobre o acordo de 14 de julho.
O Conselho, formado por seis clérigos muçulmanos apontados pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, e seis advogados eleitos pelo Parlamento, possui a função de garantir que projetos de lei não contrariem leis religiosas ou a Constituição iraniana.
Departamento de Estado dos EUA/AFP | ||
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, cumprimenta o chanceler iraniano, Javad Zarif, após acordo |
"A maioria do Conselho dos Guardiães não considerou a lei como contra a lei religiosa e a Constituição", disse o porta-voz do conselho, Nejatollah Ebrahimian, segundo a agência de notícias Fars.
O texto prevê a suspensão das sanções internacionais contra o Irã em troca do compromisso do país de não produzir armamento atômico e de reduzir o programa nuclear civil.
A decisão encerra um intenso debate entre os defensores do acordo e seus críticos, que consideravam que o texto favorecia mais as grandes potências do que Teerã.
Os conservadores foram obrigados a considerar que o acordo foi aceito pelo líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
EUA
A aprovação no Irã aconteceu depois que os republicanos americanos, maioria no Congresso em Washington, não conseguiram derrubar o acordo.
Desta forma, nada impede mais a aplicação do acordo por parte dos signatários: Irã, Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha.
A suspensão das sanções permitirá ao Irã estimular sua economia, enquanto as grandes potências consideram que a ameaça nuclear iraniana será reduzida, em uma região de muitos conflitos.
O acordo foi anunciado em julho em Viena, depois quase dois anos de intensas negociações.
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