'Fomos pulando corpos', diz policial que foi ao Bataclan
"É difícil de acreditar que o som de telefones possa parecer uma coisa muito terrível quando se olha para dezenas de corpos. Mas, acredite, naquele silêncio de morte, foi", diz um dos policiais que invadiram o Bataclan, na sexta-feira (13).
O som era dos celulares de muitos dos 89 mortos na casa de shows. Pais, parentes e amigos já sabiam do massacre e procuravam os jovens.
Sim, como se suspeitava, a maioria dos mortos era jovem, diz um dos dois policiais que conversa com a Folha sobre como foi a invasão.
"No momento, não era possível precisar a idade deles. Mas era evidente que dezenas eram adolescentes ou quase isso."
"Não chegamos a falar com os terroristas. Trocamos alguns gritos, arrombamos a porta e fomos atrás deles. O essencial era neutralizar os terroristas. Fomos pulando os corpos no chão, correndo, mas eles explodiram granadas e se mataram."
Os policiais contam que foi difícil convencer as pessoas de que eles eram policiais.
"Havia gente escondida em forros de tetos, que eles arrebentaram. Havia gente dentro de caixas minúsculas, escondidas em uma vintena de lugares. Havia jovens desmaiados sob cadáveres. Mesmo nós não aguentamos ver aquilo, passamos mal."
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