'Charlie Hebdo' ironiza terroristas dizendo que invejam o champanhe
"Eles têm as armas. A gente os irrita, temos o champanhe".
Essa foi a resposta que o semanário satírico francês "Charlie Hebdo" deu aos terroristas que realizaram ataques em Paris na sexta passada (13).
A edição, com data de amanhã, traz na capa o desenho de um homem tomando champanhe e o líquido vazando por buracos em seu corpo.
AFP | ||
Capa da edição do semanário satírico francês 'Charlie Hebdo' que vai às bancas em 18 de novembro |
A maior parte dos atentados da semana passada aconteceu em bares da cidade.
No editorial da publicação, Antonio Fischetti escreve que, na "guerra de imagens, o Daech [como o EI é chamado na França] ultrapassa Goebbels [o ministro da Propaganda da Alemanha nazista]".
Segundo o jornalista, a regra geral nas guerras é inculpar o adversário e fazê-lo parecer sempre como o malvado.
"Até os nazistas tentaram negar as câmaras de gás".
Mas, para Fischetti, o Estado Islâmico inovou. "Ele não apenas não esconde a sua barbárie como a reivindica e a expõe".
"Melhor para nós", diz o editor, "pois não precisamos nos cansar inculpando o inimigo, já que ele próprio o faz".
"É mais tempo e energia que nos sobram para esmagá-lo", conclui.
Em janeiro deste ano, o "Charlie Hebdo" também foi alvo de ataque de terroristas islâmicos. Doze pessoas foram mortas no ataque.
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