Israelense é morto a facadas em novos ataques na Cisjordânia e Jerusalém
Um israelense morreu ao ser esfaqueado por um palestino na fronteira entre Israel e a Cisjordânia, na mais grave ação de uma série de três ataques com armas brancas na região nesta segunda-feira (23).
Os ataques se intensificaram na última semana, mas ocorrem com frequência diária desde setembro. Desde o início de outubro, morreram 91 palestinos —a maioria abatido por policiais—, 20 israelenses, um americano e um eritreu.
Ahma Gharabli/AFP | ||
Soldados israelenses fazem guarda ao lado do corpo de um palestino morto após matar israelense |
O primeiro deles ocorreu em Jerusalém Ocidental, que não era palco de um ataque deste tipo há duas semanas. Duas adolescentes palestinas, de 14 e 16 anos, atacaram um homem palestino de 70 anos em um mercado.
Um policial à paisana atirou contra a menina mais nova, que caiu no chão e, em seguida, foi atingida por uma cadeira atirada por um homem. Depois, o agente matou a garota mais velha e voltou a disparar contra a primeira.
A adolescente de 14 anos foi levada ao hospital gravemente ferida. O idoso atacado sofreu ferimentos leves e passa bem. Durante a ação, um israelense foi atingido de raspão pelo policial, mas não corre risco de morrer.
A segunda ação ocorreu em um cruzamento perto de Naplusa, no norte da Cisjordânia. Segundo a polícia, um palestino tentou atacar um israelense com uma arma branca quando foi morto a tiros por soldados do Exército de Israel.
Horas depois, outro palestino conseguiu matar a facadas um israelense em um posto de gasolina na estrada que liga a Cisjordânia a Jerusalém e Tel Aviv. O agressor foi morto por policiais.
Nesta segunda, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, anunciou o envio de mais um grupo de militares para a Cisjordânia. "Não há limite para a ação do Exército e das forças de segurança", disse o chefe de governo.
No domingo (22), as autoridades palestinas condenaram a reação de Israel aos ataque e acusou as forças de segurança de forjarem provas para incriminar os palestinos e justificarem suas mortes.
KERRY
Os ataques voltam a se intensificar na véspera da visita do secretário de Estado americano, John Kerry, à região para se encontrar com Netanyahu e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.
Ele tentará mais uma vez retomar as negociações de paz entre israelenses e palestinos, que foram paralisadas em abril de 2014. Em Abu Dhabi, ele lamentou a nova série de ataques.
"Isso acontece quase todo o dia por lá e é terrível, e muitos israelenses foram mortos e esfaqueados, e muitos palestinos também morreram. Não há desculpa para nenhum desses atos de violência."
Apesar de ter a intenção de tentar acalmar os ânimos entre as partes, Kerry foi cauteloso. "Eles [Israel e palestinos] não estão em uma situação para fazer concessões."
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis