Gâmbia, no oeste da África, se torna república islâmica
A Gâmbia, país no oeste da África, tornou-se, neste fim de semana, uma "República Islâmica". O anúncio foi feito pelo presidente da ex-colônia britânica, Yahya Jammeh.
"O destino da Gâmbia está nas mãos de Alá, o todo-poderoso. A partir de hoje a Gâmbia é uma República Islâmica", afirmou Jammeh, garantindo, contudo, que os direitos da minoria cristã residente no país serão respeitados, e que as mulheres não irão sofrer restrições de vestuário.
A Gâmbia, país africano com quase dois milhões de habitantes, 90% dos quais são muçulmanos, junta-se assim ao grupo das repúblicas islâmicas como o Irã, o Paquistão ou o Afeganistão.
Don Emmert/AFP | ||
Yahya Jammeh, presidente da Gâmbia desde 1994, na Assembleia Geral da ONU deste ano |
Com esta decisão, o país afasta-se cada vez mais do passado colonial. Em 2013, o presidente retirou a Gâmbia da Commonwealth, justificando que se tratava de uma organização colonialista. Jammeh decidiu também abandonar o inglês como língua oficial do país, embora essa medida não tenha tido efeitos práticos.
A Gâmbia tornou-se independente da Grã-Bretanha em 1965 e tornou-se uma república em 1970 sob a presidência de Dawda Jawara, derrubado em 1994 por um golpe de Estado militar, liderado por Yahya Jammeh.
O presidente da Gâmbia tem 50 anos, fez carreira militar e nasceu numa família de camponeses, cultivando uma imagem de muçulmano dotado de poderes místicos.
Em 2002 fez adotar uma emenda constitucional retirando a limitação de mandatos do presidente. Há 21 anos no poder, o seu regime é frequentemente criticado pelos defensores dos direitos humanos.
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