Palestino é morto após atropelar 11 em ponto de ônibus de Jerusalém
Um motorista palestino avançou com o carro contra um ponto de ônibus em Jerusalém, atropelou e feriu pelo menos 11 pessoas, incluindo um bebê, antes de ser morto a tiros, informou a polícia de Israel nesta segunda-feira (14).
Segundo uma porta-voz da polícia, o atacante foi identificado como Abdel Muhsan Hasuna, 21, morador de Jerusalém Oriental, e ele foi morto por um segurança e um civil armado que estavam nas proximidades.
Ammar Awad/Reuters | ||
Israelense observa o carro de Abdel Muhsan Hasuna, morto após atropelar 11 em um ponto de ônibus |
Os policiais afirmaram ainda ter encontrado um machado no carro de Hasuna. O ataque ocorreu perto da entrada ocidental da cidade, no caminho para a rodovia que leva a Tel Aviv.
Uma repórter da Rádio Israel, Miri Krimolovsky, disse ter visto o carro subir na calçada e atropelar as pessoas antes de ouvir o barulho de tiros. "Várias pessoas tiveram que erguer o carro para retirar de baixo dele os que haviam sido atropelados", relatou a repórter.
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, elogiou a resposta rápida dos presentes à cena do crime, que segundo ele "impediu uma tragédia ainda mais séria".
Em discurso no Parlamento logo após o ataque, Netanyahu disse que os israelenses e outros países enfrentam "um novo tipo de terror, promovido por indivíduos", mas afirmou não ter dúvida de que ele será superado.
DOIS MESES DE CONFLITO
Desde o começo de outubro, atropelamentos e ataques com facas e a tiros por parte de palestinos mataram 19 israelenses e um cidadão dos EUA.
As forças de Israel, por sua vez, mataram 110 palestinos no mesmo período –o Exército alega que a maioria das mortes foi para evitar ataques.
Segundo líderes palestinos, a população está frustrada com os 48 anos de ocupação da Cisjordânia por Israel e com o fracasso das negociações de paz.
Outro fator que tem impulsionado os confrontos é a tensão em torno da Esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha de Jerusalém. É lá que fica a mesquita de al-Aqsa, um dos lugares sagrados do islamismo.
Pelas regras de acesso à mesquita, administrada pelas autoridades religiosas da Jordânia, os judeus são autorizados a entrar no complexo, mas não podem rezar nele. Ativistas judeus de extrema direita, porém, têm aumentado as pressões para permitir a reza no local. Muçulmanos dizem que uma eventual autorização seria o primeiro passo para destruir as mesquitas.
Em setembro, muçulmanos entraram em confronto diversas vezes com soldados israelenses na Esplanada das Mesquitas, o que fez o governo fechar o acesso de palestinos à Cidade Velha por alguns dias.
Em levantamento feito pelo Centro Palestino de Política e Pesquisa, 67% dos palestinos entrevistados dizem apoiar os ataques a faca e acham que eles são mais úteis aos interesses palestinos que as negociações de paz.
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