Após teste nuclear norte-coreano, Seul busca armas dos EUA, diz militar
A Coreia do Sul conversa com os Estados Unidos sobre a possível instalação de armas estratégicas americanas na península coreana, disse à agência Reuters uma autoridade militar de Seul nesta quinta-feira (7), um dia depois de o regime norte-coreano anunciar a realização de um teste com bomba de hidrogênio.
Embora detalhes do plano não tenham sido especificados, a instalação de armas na região tem precedentes. Depois do teste nuclear realizado pela Coreia do Norte em fevereiro de 2013, os EUA enviaram dois bombardeiros B-2 com capacidade nuclear em uma missão sobre o território sul-coreano, em uma demonstração de força. Na ocasião, o regime de Pyongyang ameaçou fazer um ataque nuclear contra os EUA.
Kim Hong-Ji/Reuters | ||
Manifestantes queimam retrato do ditador norte-coreano, Kim Jong-un, em Seul nesta quinta (7) |
Apesar de pressões de aliados domésticos, o governo de Seul disse não cogitar a instalação e o desenvolvimento de armas nucleares. Até 1991, o país abrigava mísseis nucleares posicionados estrategicamente pelos EUA.
"Nosso Exército está completamente preparado, e caso a Coreia do Norte nos provoque, haverá punições contundentes", disse em comunicado o chefe de segurança nacional da Coreia do Sul, Cho Tae-wong.
Tecnicamente, as duas Coreias estão em estado de guerra desde 1953.
A chefe de Estado sul-coreana, Park Geun-hye, conversou na quarta (6) por telefone com o presidente americano, Barack Obama, para discutir a a segurança da região. Obama também falou com o premiê japonês, Shinzo Abe, sobre a necessidade de uma resposta global firme, de acordo com a Casa Branca.
Em retaliação ao suposto teste nuclear, a Coreia do Sul anunciou nesta quinta-feira que retomará, a partir desta sexta (8), a emissão de propaganda contra o regime norte-coreano em alto-falantes posicionados na fronteira. Da última vez em que o áudio foi acionado, em agosto, Pyongyang se irritou e os países trocaram artilharia.
TENSÃO
O anúncio norte-coreano sobre a realização de um teste "bem-sucedido" com bomba de hidrogênio, até mil vezes mais poderosa que a bomba atômica comum, elevou os temores de uma escalada militar no Nordeste da Ásia.
O suposto teste foi condenado por diversos países, incluindo China e Rússia, aliados da Coreia do Norte. O Conselho de Segurança das Nações Unidas, que realizou reunião extraordinária após o anúncio, já planeja adotar novas retaliações contra o regime norte-coreano, alvo de sanções desde que realizou pela primeira vez um teste com bomba atômica, em 2006.
O registro de um tremor de magnitude 5,1 próximo à instalação nuclear de Punggye-ri, no nordeste do da Coreia do Norte, confirma a alegação do regime comunista sobre a realização de um teste nuclear. Entretanto, especialistas contestam a suposta capacidade do país de detonar uma bomba de hidrogênio, a qual deveria ter produzido um abalo sísmico muito maior.
A Coreia do Norte, que mantém seu programa nuclear em segredo, diz possuir bombas atômicas. Se confirmada a posse de bomba de hidrogênio, o país passaria a integrar e "elite" das potências nucleares e representaria uma ameaça maior à segurança da região.
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