Celac aprova envio de ministros ao Haiti para avaliar impasse eleitoral
Roberto Stuckert/Presidência da República/Xinhua | ||
Sessão da 4ª Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), em Quito |
A Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) aprovou, no fim da noite desta quarta (27), o envio de chanceleres de quatro países-membros ao Haiti para avaliar o possível envio de uma missão de observadores para ajudar no impasse eleitoral.
Participarão dessa primeira missão os chanceleres do Equador, da Venezuela, do Uruguai e das Bahamas.
Na tarde de quarta, durante a cúpula de chefes de Estado e de governo do bloco em Mitad del Mundo, nos arredores de Quito, o chanceler haitiano, Lener Renauld, pediu à Celac que enviasse uma missão ao país para apoiar os esforços do governo em fazer avançar o processo eleitoral.
O segundo turno das eleições, marcado para o último fim de semana, foi adiado após a eclosão de violentos protestos e a ameaça do candidato da oposição de boicotar o pleito. Ainda não há nova data para o segundo turno, mas o presidente Michel Martelly insiste que deixará o cargo em 7 de fevereiro, quando termina seu mandato.
O candidato de oposição à Presidência haitiana, Jude Célestin, alega ter havido fraude no primeiro turno, realizado em outubro, em favor do candidato do governo, o empresário Jovenel Moise.
"Presidentes da Celac acolheram o pedido do governo do Haiti e designaram uma missão de chanceleres para conhecer a situação eleitoral neste país", disse o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, em sua conta no Twitter na noite de quarta.
OEA
O pedido do governo haitiano à Celac foi primeiramente questionado pelo presidente equatoriano, Rafael Correa, anfitrião do encontro, já que o Haiti havia feito à OEA (Organização dos Estados Americanos) pedido semelhante na quarta.
Horas antes, Correa havia defendido, em discurso, que a OEA fosse substituída pela Celac como bloco prioritário para a discussão de assuntos da região.
Em uma demorada discussão, os governos de Argentina e México levantaram ressalvas sobre a proposta de Correa de que os chanceleres deveriam se reportar ao chamado quarteto da Celac –países que ocuparam a presidência pró-tempore nos últimos anos– e que o quarteto decidiria sobre o envio da missão.
Após o debate, ficou definido que a decisão final do envio da missão será tomadas por todos os 33 países-membros do bloco.
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