Detida, ex-namorada de Evo pede para que mais pessoas sejam investigadas
Jorge Benal/AFP | ||
Gabriela Zapata Montano, ex-namorada do presidente boliviano Evo Morales, em La Paz |
Gabriela Zapata, ex-namorada do presidente boliviano Evo Morales, descreveu sua detenção como um "sequestro" e pediu que mais pessoas sejam investigadas sobre as denúncias de tráfico de influência em contratos no valor de US$ 560 milhões de uma empresa chinesa, informou nesta sexta (4) um jornal local.
Zapata, 28, foi detida há uma semana sob acusações de lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e tráfico de influência após trabalhar como gerente comercial na empresa asiática CAMC.
"Estou detida ilegalmente (...) pegaram meus celulares, me sequestraram", afirmou Zapata numa prisão em La Paz, em entrevista exclusiva ao diário "La Razón".
Segundo o tabloide, Zapata pediu que outras pessoas sejam investigadas "da mesma forma que fizeram comigo". A mulher, que aceitou conceder a entrevista desde que não falasse sobre seus filhos, foi acusada pelo Ministério Público de ter trabalhado como funcionária do governo e utilizado as dependências oficiais que usualmente são destinadas às primeiras-damas com "fins ilícitos, de caráter pessoal", para obter "vantagens econômicas".
Tanto empresários privados como funcionários e autoridades governamentais teriam passado por esses lugares, o que será investigado por uma comissão parlamentar.
O escândalo explodiu no começo de fevereiro, quando o jornalista Carlos Valverde revelou a relação entre Zapata e o presidente. Ele tiveram um filho há oito ou nove anos, e ambos os fatos eram guardados pelo governo como segredo de Estado.
A oposição boliviana denunciou Evo por tráfico de influência, acusação negada pelo presidente. Ele ainda pediu ao Parlamento para questionar os nove contratos da empresa chinesa CAMC com o governo federal e com de La Paz, assim como os acordos com a estatal petroleira YBFB.
Outra face da polêmica envolvendo Zapata e Evo é se o filho de ambos está vivo. Os familiares da ex-namorada dizem que sim e anunciaram que vão apresentá-lo para a imprensa estrangeira, embora sem dizer quando. Já presidente e governo asseguram que a criança morreu. Evo pediu à Justiça que, caso o menino esteja vivo, salvaguarde seus direitos.
O ministro da Defesa da Bolívia, Reymi Ferreira, afirmou que o presidente foi à Justiça exigir que a ex-namorada apresente a ele o filho que acreditava estar morto.
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