Esperança 'antiTrump', republicano Marco Rubio perde força
Esperança do "establishment" republicano, que é contrário à candidatura do empresário Donald Trump, o presidenciável americano Marco Rubio já vislumbra no calendário o dia em que poderá determinar se fica ou sai da corrida à Casa Branca.
Com somente duas vitórias nas prévias até agora —em Minnesota, em 1º de março, e em Porto Rico, neste domingo (6)—, Rubio passará por teste decisivo em 15 de março.
Nessa data, o Estado pelo qual é senador, a Flórida, e mais cinco irão às urnas, definindo a posição de 367 delegados. Nessa rodada, apenas a Carolina do Norte não adota o sistema em que o vencedor leva todos os delegados, os representantes partidários que elegerão o candidato na convenção do partido. Só a Flórida decidirá 99 deles.
Pode ser a última chance para Rubio reduzir a diferença dos primeiros colocados, Trump e o senador ultraconservador Ted Cruz (Texas).
Aos 44, Rubio é o mais novo da disputa. Filho de cubanos, ele prometia simbolizar a renovação do partido, mas ainda não conseguiu conter a "Trumpmania".
Depois de um desempenho fraco na rodada de prévias de sábado (5), ele agora amarga um longínquo terceiro lugar, com 151 delegados, praticamente a metade dos 300 de Cruz. Trump soma 384.
São necessários 1.237 para vencer a candidatura presidencial republicana.
PRESSÃO
Os dois concorrentes usaram suas falas de vitória para pressionar a desistência de Rubio e do governador de Ohio, John Kasich, que está em quarto, com 37 delegados.
Em uma semana de ataques da cúpula republicana contra Trump, o segundo colocado Cruz se intitulou como a única alternativa viável ao magnata."Continuaremos ganhando delegados, mas o que precisa acontecer é o campo se estreitar. Se estamos divididos, Donald ganha", afirmou Cruz.
No entanto, o senador pelo Texas, que tem ligações com o movimento de extrema direita Tea Party, tampouco agrada à base tradicional do partido.
Trump disse que estava ansioso para encarar frente a frente Cruz e pediu "pessoalmente" que Rubio saia da disputa. "Marco Rubio teve uma noite [de sábado] muito, muito ruim. Está na hora."
O senador minimizou as dificuldades. "Sabíamos que esse seria o período mais difícil da campanha, devido ao mapa eleitoral", disse. "Os Estados que votaram no sábado são onde meus oponentes vão melhor."
Mas, mesmo na Flórida, o terreno é infértil. Na média de pesquisas contabilizada pelo site Real Clear Politics, Trump vence com 44,7% e Rubio chega em segundo, com apenas 26%. A vitória de domingo, porém, deve ajudá-lo no Estado, onde cerca de 1 milhão de porto-riquenhos moram.
Em Ohio, onde 66 delegados estarão em jogo, o magnata de novo lidera, com 31%, seguido de Kasich, com 26%, segundo pesquisa da Universidade Quinnipiac. Talvez tardiamente, o ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger oficializou seu apoio a Kasich no domingo.
DEMOCRATAS
Depois de levar três dos quatro Estados que realizaram prévias democratas neste final de semana, inclusive o Maine no domingo, o senador Bernie Sanders, de Vermont, reforçou sua disposição em continuar na disputa pela nomeação democrata com a ex-secretária de Estado Hillary Clinton.
A ex-secretária de Estado Hillary Clinton está disparada na frente, com 1.129 delegados, ante os 498 de Sanders. São necessários 2.382 representantes partidários para conquistar a vaga.
"Tivemos um final de semana muito, muito bom. Temos bastante otimismo", disse Sanders. "Não pensem que nós já estamos fora."
No Michigan, que votará na terça-feira (8) e definirá 130 delegados, Hillary está na frente nas pesquisas.
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