Obama não se encontrará com Fidel em Cuba, diz assessor da Casa Branca
O vice-assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, afirmou nesta quarta-feira (9) que o presidente Barack Obama não se encontrará com o líder cubano Fidel Castro em sua viagem a Havana, entre os dias 20 e 22.
Desde que a visita foi anunciada, em 18 de fevereiro, o governo dos EUA dizia não esperar uma reunião entre os dois. Em entrevista à agência de notícias Reuters, Rhodes declarou que o encontro nem chegou a ser discutido.
Behar Anthony - 29.set.2015/Efe | ||
O ditador cubano, Raúl Castro, e o presidente dos EUA, Barack Obama, na sede da ONU em setembro |
"Nós não tivemos nenhuma discussão sobre essa reunião ter acontecido, e nós certamente não gostaríamos de tê-la". Questionado em seguida pelos repórteres se o encontro estava descartado, disse: "Sim".
O assessor afirmou ter confiança de que o governo cubano não criará obstáculos durante a viagem. Além do encontro com o ditador Raúl Castro, irmão de Fidel, o presidente americano deverá receber um grupo de dissidentes.
Questionado sobre a possibilidade de prisão dos adversários do regime, Rhodes disse não ter informações. "Nós não conversamos sobre a logística, mas...eles não deram sinais de que vão usar este tipo de obstáculos".
Segundo ativistas cubanos, dois dos principais dissidentes cubanos foram presos na última terça (8) —Berta Soler, a líder das Damas de Branco, e José Daniel Ferrer, fundador da União Patriótica de Cuba.
GRANMA
A confirmação de que Fidel e Obama não se encontrarão é feita horas depois que o jornal estatal "Granma" fizesse um editorial comemorando a visita do presidente americano, mas ressaltando as diferenças entre os dois países.
"Temos que lembrar que Obama, como antes fez Jimmy Carter, se propôs, no exercício de seus poderes presidenciais, trabalhar para normalizar os laços com Cuba e realizou ações concretas nesta direção", diz o texto.
"Porém, para chegar à normalização há um longo e complexo caminho a percorrer, que requer a solução de assuntos chave que se acumularam por mais de 50 anos e aprofundaram o caráter de confronto dos laços entre os países".
Nele, o regime voltou a pedir o fim do embargo econômico dos Estados Unidos à ilha e o retorno do território da base de Guantánamo à soberania cubana, que dependem do Congresso, e o fim da propaganda contra o regime.
Na entrevista à Reuters, Ben Rhodes confirmou, porém, que o governo americano não pensa em devolver Guantánamo nem fechar a rádio e a TV Martí, que transmite programas de dissidentes e contrários aos irmãos Castro.
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