Obama promete a dissidentes discutir direitos humanos com Raúl Castro
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu aos dissidentes cubanos que tocará na questão de direitos humanos no encontro que terá com o ditador Raúl Castro durante a visita à ilha, entre 20 e 22 de março.
Em carta escrita na última quinta (10), o mandatário defendeu a retomada das relações com Cuba, criticada por grupos opositores ao regime devido à repressão a protestos e ao cerceamento da liberdade de imprensa.
Anthony Behar/Xinhua | ||
Barack Obama e Raúl Castro se reúnem na sede da ONU, em Nova York, em setembro passado |
Acenando aos dissidentes cubanos, ele saudou o trabalho das Damas de Branco, que chamou de "uma inspiração para movimentos de direitos humanos de todo o mundo". O grupo protesta toda a semana contra os irmãos Castro.
"Nós levamos muito a sério as preocupações que vocês nos externaram. Vou tocar neste assunto diretamente com o presidente [Raúl] Castro", disse Obama, na carta lida pela líder das Damas de Branco, Berta Soler.
Segundo membros do governo americano, a carta foi entregue em Miami a uma integrante do grupo. Soler agradeceu Obama, mas manteve a crítica à abertura por não exigir nenhuma contrapartida do regime comunista.
A leitura da carta neste domingo (13) ocorreu antes de uma manifestação que, a exemplo de protestos anteriores, foi reprimida pelo regime. Pelo menos 24 pessoas foram detidas e levadas a delegacias de polícia.
A questão dos dissidentes deverá ser um dos temas sensíveis a serem tocados durante a visita à ilha. O regime pedirá o fim do embargo e a retomada do território de Guantánamo, que dependem da aprovação do Congresso dos EUA.
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