Esquerdista avança e pode enfrentar filha de Fujimori no 2º turno no Peru
A filha do ex-ditador do Peru Alberto Fujimori, Keiko, poderá ter uma adversária de esquerda nas eleições presidenciais do país. Veronika Mendoza, 35, cresce na reta final da campanha e já aparece em segundo lugar nas pesquisas.
Segundo o instituto Datum, Mendoza tem 14,8% dos votos totais para o primeiro turno do pleito, em 10 de abril. Ela está em empate técnico com o liberal Pedro Pablo Kuczynski, conhecido como PPK, que tem 16%.
Mariana Bazo/Reuters | ||
A candidata presidencial peruana Veronika Mendoza avança no primeiro turno presidencial no Peru |
Com isso, os dois disputam quem vai disputar a vaga no segundo turno contra Keiko, que tem 36% das intenções de voto e lidera desde o início da corrida para quem será o sucessor do atual mandatário, Ollanta Humala.
Deputada pela região de Cuzco, Mendoza propõe uma nova Constituição, a renegociação de contratos das petroleiras e das mineradoras, a revisão dos tratados de livre comércio e reformas universitária e previdenciária.
Neste levantamento, a candidata de esquerda ultrapassou o centrista Alfredo Barnechea, que tem 9,3%. Na sequência, vem o ex-presidente Alan García (3,4%), Gregorio Santos (2,1%) e o ex-mandatário Alejandro Toledo (0,9%).
O governo de Ollanta Humala não tem candidato desde 11 de março, quando o governista Daniel Urresti abandonou a campanha. Humala, que deixa o cargo com reprovação de 83%, não deu apoio a nenhum outro postulante.
A pesquisa foi feita entre os dias 28 e 30 de março com 1.511 entrevistados, que receberam e preencheram cédulas de votação, tem uma margem de erro de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
SEGUNDO TURNO
Na atual situação, Keiko Fujimori teria 42% dos votos válidos, insuficientes para vencer já em 10 de abril. No segundo turno, em 5 de junho, o alto número de indecisos e a rejeição de 49% da filha do ex-ditador pode ajudar seus adversários.
Nos cenários de segundo turno, Keiko está em empate técnico com Pedro Pablo Kuczynski. A filha de Fujimori tem 41% das intenções de voto, contra 40% do liberal. Porém, o número de entrevistados indecisos chega a 19%.
Situação similar ocorre na simulação com Mendoza. A líder nas pesquisas aparece com 46% dos votos, contra 36% da esquerdista, mas o número de indecisos está em 18%.
De todos os entrevistados que disseram que não votariam de jeito nenhum em Keiko, 53% o farão devido ao regime de seu pai (1990-2000). Outros 38% a recusam por sua capacidade e por suas propostas.
A alta rejeição também atinge os demais, embora em menor medida que Keiko. Segundo levantamento da Ipsos, 41% dos eleitores não votaria em Mendoza, 37% rejeitam Pedro Pablo Kuczynski e Barnechea é recusado por 36%.
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