Centenas de manifestantes invadem Parlamento do Iraque
O Comando de Operações de Bagdá reforçou a segurança da capital do Iraque, declarando estado de emergência após centenas de manifestantes invadirem a altamente fortificada Zona Verde e ocuparem o Parlamento.
"Todas as entradas para Bagdá estão fechadas; ninguém pode entrar, só damos autorização para aqueles que queiram sair da cidade", disse o general Saad Mann, porta-voz da entidade.
O protesto, ocorrido neste sábado (30), marca uma escalada na crise política do país, depois de meses de manifestações e atos contra o governo organizados por apoiadores do influente clérigo xiita Muqtada al-Sadr.
Área com segurança reforçada, a Zona Verde abriga o palácio presidencial, a maior parte dos ministérios iraquianos e diversas embaixadas estrangeiras, como a dos Estados Unidos.
No sábado pela manhã, o primeiro-ministro Haider al-Abadi iria apresentar ao Parlamento uma proposta para um novo governo composto por tecnocratas.
Há anos, segundo o "The Guardian", cargos-chave no país são distribuídos de acordo com cotas partidárias.
Os congressistas, no entanto, que se opõem à mudança, adiaram a sessão por falta de quórum.
Após a decisão, o clérigo al-Sadr deu entrevista em que acusou os políticos de bloquearem reformas que combateriam a corrupção e gastos desnecessários.
Centenas de pessoas então se reuniram em frente à Zona Verde e forçaram a entrada no complexo. Eles invadiram o Parlamento sob gritos de "os covardes fugiram", em referência aos parlamentares que minutos antes estavam ali.
De acordo com a agência France Presse, parte dos manifestante deixou a Zona Verde ao cair da noite, seis horas depois da invasão, após pedido de Al-Sadr.
'SOB CONTROLE'
Em comunicado, o premiê Al-Abadi disse que a situação está sob controle das forças de segurança e pediu aos manifestantes para agirem pacificamente e não depredarem o local. Forças contraterrorismo decidiram não intervir e disseram que o ato estava sendo avaliado como uma manifestação política.
Protestos cada vez mais tensos e uma série de tentativas fracassadas de reformas paralisam o governo iraquiano, que luta ainda para conter o avanço da facção terrorista Estado Islâmico (EI) e a crise econômica causada pela queda do preço do petróleo.
Mais cedo, o EI reivindicou a autoria de um atentado a bomba no leste de Bagdá,que matou 21 pessoas em um mercado em uma área xiita.
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