Hillary tem vitória apertada em Kentucky e derrota no Oregon
Por pequena margem, Hillary Clinton venceu a prévia democrata no Estado de Kentucky nesta terça (17), segundo projeções, ficando mais próxima do número de delegados que precisa para garantir a candidatura do partido nas eleições presidenciais de novembro.
Mas a vitória sobre o senador Bernie Sanders foi tão apertada, que ressaltou a dor de cabeça para a ex-chanceler de ter ainda de se concentrar na disputa no partido, e não no duelo contra seu provável rival republicano em novembro, o bilionário Donald Trump.
John Sommers/Reuters | ||
Hillary Clinton durante campanha em Louisville, no Kentucky |
Clinton tem agora 2.291 delegados do partido, e Sanders 1.528. Para selar a candidatura democrata, são necessários 2.382 delegados. A vitória de Hillary parece assegurada graças ao apoio dos "superdelegados" democratas, que não precisam seguir os resultados das primárias na convenção do partido que vai consagrar o representante na eleição presidencial.
"Acabamos de vencer Kentucky!", comemorou Hillary no Twitter. "Obrigado a todos os que votaram. Unidos somos sempre mais fortes." Com 99,9% da apuração, a ex-chanceler tinha 46,8% dos votos, contra 46,5% de Sanders, segundo o site "Politico". Com o resultado, os dois dividirão praticamente de forma igual os 55 delegados que estavam em disputa em Kentucky.
Na outra prévia democrata desta terça, no Estado do Oregon, Sanders foi o vencedor, de acordo com as projeções. Com 60% dos votos apurados, ele tinha 53% dos votos, contra 46% de Hillary. O Estado tinha 61 delegados em disputa.
Pressionado no partido a abandonar a disputa para permitir que a ex-chanceler possa se concentrar na briga com Trump, o senador reiterou que pretende ficar até a última rodada de prévias, que inclui o importante Estado da Califórnia, com 546 delegados em jogo.
"Tem muita gente por aí, muitos especialistas e políticos, que dizem, 'Bernie Sanders deveria cair fora'", bradou Sanders em um comício na Califórnia, após as votações de terça. "Bem, deixe-me ser o mais claro possível: estamos dentro até que o último voto seja depositado."
No lado republicano, Donald Trump, que está sozinho na disputa, ganhou a prévia do Oregon com 66% dos votos. Ele agora soma 1.175 delegados, mais perto do número mínimo necessário (1.237) para garantir a candidatura antes da convenção republicana de julho.
O duelo mais esperado da noite, porém, foi a entrevista que o virtual candidato republicano concedeu à apresentadora Megyn Kelly, da rede Fox, alvo de seus ataques há nove meses, desde que ela o desagradou com uma pergunta num debate republicano.
Quem esperava alguma revelação ou momento dramático, porém, se decepcionou. Kelly pegou leve nas perguntas, centradas mais em assuntos pessoais, como o divórcio de Trump de sua primeira mulher e o alcoolismo do irmão, que em política ou nas muitas contradições no discurso do magnata.
Questionado sobre as ofensas que disparara contra ela no Twitter, como "bimbo" (mulher burra), o bilionário ensaiou um constrangido pedido de desculpas, mas logo apagou a impressão: "Não é a coisa mais horrível. Na sua vida, Megyn, você foi chamada de coisas bem piores."
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