Terrorista tinha "sorriso sórdido" enquanto atirava, diz sobrevivente
"Ele tinha um sorriso sórdido no rosto", diz Marcus Godden sobre o autor do atentado que deixou pelo menos 50 mortos na boate gay Pulse, em Orlando, na Flórida (EUA).
Sobrevivente do pior ataque a tiros da história americana recente, ele se sentia "aterrorizado" mais de 48 horas depois.
Marcelo Ninio/Folhapress | ||
Marcus Godden, sobrevivente da boate Pulse, em Orlando |
Godden conta que escapou fingindo que estava morto.
"Eu vi tudo, pessoas caindo, balas voando. Ele parecia mau, o tipo de pessoa que você não quer encontrar pela frente. Me fingi de morto e depois pulei um muro para fugir", contou Marcus.
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Três quarteirões em torno da Pulse continuam isoladas por um cerco policial, enquanto dezenas de jornalistas de várias partes do mundo acampam nas proximidades à espera de novidades sobre a investigação.
Cercado de repórteres, Chris Hansen, outro sobrevivente do massacre, perdeu a conta das vezes que contou como conseguiu escapar da Pulse quando os tiros começaram.
"Pum, pum, pum!", relembrou. "No começo achei que era parte da batida da música, até perceber o que estava acontecendo".
Gritos gerais e todos se jogaram no chão. Chris conta que chegou a ser pisoteado por frequentadores desesperados na rota de fuga, até se levantar e sair da boate.
Fora da Pulse, ele diz que continuou a ouvir tiros sendo disparados dentro da casa noturna. Questionado sobre o tempo que tudo durou, diz que foi "o tempo de uma música". Depois de se certificar que não havia sido atingido, Chris passou a ajudar as vítimas. Carregou vários feridos para longe da cena do crime.
"Quando eu percebi que o sangue não era meu e eu estava bem, senti que era obrigação ajudar", disse. "Tenho certeza de que essa tragédia vai fortalecer e unir a nossa comunidade."
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