Pesquisa feita após morte de deputada dá vantagem para permanência na UE
Neste sábado (18) foi divulgada a primeira pesquisa sobre o plebiscito feita após o assassinato da deputada britânica Jo Cox, que era favorável à permanência do Reino Unido na União Europeia, na última quinta (16).
A sondagem Survation para o "Daily Mail" dá uma vantagem de três pontos percentuais para o voto de continuidade na UE: 45% a 42%. O levantamento foi feito com 1.000 pessoas na sexta-feira (17) e no sábado (18).
Ben Stansall/AFP | ||
Placa com frase "vote pela saída", perto de Charing; plebiscito sobre permanência na UE ocorre dia 23 |
Pesquisa anterior feita pela Survation para uma empresa do mercado financeiro e divulgada na quinta-feira (dia do assassinato de Cox) mostrava um cenário exatamente oposto: 45% a favor da saída, 42% contra o distanciamento do bloco.
Neste sábado, Thomas Mair, suspeito de matar a deputada disse, mais de uma vez, em audiência em um tribunal de Londres: "Morte a traidores, liberdade ao Reino Unido".
O assassinato da deputada ocorreu uma semana antes do plebiscito do próximo dia 23, que vai consultar os britânicos sobre a permanência na União Europeia.
Cox, 41, foi baleada e esfaqueada na rua em West Yorkshire, seu distrito eleitoral, no norte da Inglaterra. Testemunhas afirmam que, antes do ataque, o autor teria gritado "Reino Unido primeiro", frase que é lema de partido homônimo, uma das mais radicais organizações de extrema-direita britânicas.
OUTRAS PESQUISAS
Também neste sábado foi divulgada uma pesquisa YouGov, realizada antes da morte da deputada, que mostra dois pontos de vantagem pela saída do bloco: 44% a 42%.
Outra sondagem, da Opinium para o jornal "Observer", apontou um empate: com as opções "ficar" e "sair" com 44% das intenções de voto cada.
O levantamento ouviu 2.006 pessoas entre os dias 14 e 17 de junho, com a maior parte do trabalho tendo sido feita antes da notícia do assassinato de Cox, que levou à suspensão das campanhas para o plebiscito.
A pesquisa Opinium/Observer anterior, publicada em 11 de junho, mostrava a opção "ficar" à frente, com 44% das intenções de voto, contra 42% da "sair".
'ENTREPOSTO COMERCIAL'
Neste sábado, o governo francês seguiu com a pressão em favor do voto britânico pela permanência no bloco europeu.
Em entrevista ao "Le Monde", o ministro da Economia francês, Emmanuel Macron, disse que o Reino Unido se tornará um entreposto comercial com importância no cenário mundial menor do que Guernsey –pequena ilha em uma faixa de mar entre os dois países– se votar para deixar a UE.
"Sob os interesses da União Europeia, nós não podemos deixar nenhuma margem de ambiguidade ou deixar muito tempo passar", disse Macron ao jornal.
"Deixar a União Europeia significaria transformar o Reino Unido em Guernsey, o que então seria um pequeno país na escala mundial. Isso o isolaria e o transformaria em um entreposto comercial e um lugar de arbitragem na fronteira da Europa."
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