Enviado dos EUA à Venezuela defende diálogo, referendo e sanções
Dois dias após voltar da Venezuela, onde reuniu-se com governo e oposição, o subsecretário de Estado dos EUA para temas políticos, Thomas Shannon, defendeu nesta sexta (24) a busca de diferentes estratégias para frear a grave crise no país caribenho.
Shannon disse respaldar três propostas em discussão: diálogo (opção preferida pelo presidente Nicolás Maduro), referendo revogatório (aposta da oposição para mudar de governo) e eventual aplicação de sanções a Caracas.
"O diálogo é importante porque é a única maneira de a Venezuela construir pontes de entendimento necessárias para buscar uma saída [de forma] democrática, constitucional e pacífica", disse Shannon, ex-embaixador no Brasil.
A oposição acusa Maduro de usar o diálogo como pretexto para aliviar a pressão externa e ganhar tempo.
"Mas, ao mesmo tempo, [...] a via do referendo revogatório revogatório e a da Carta Democrática [da Organização dos Estados Americanos, OEA] são válidas e uma não impede a outra", afirmou.
O referendo é opção prioritária da oposição para abreviar a Presidência de Maduro, que iniciou em 2013 mandato de seis anos. A ativação da consulta depende de coletas de assinaturas e verificações pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão chavista acusado de travar o processo. Nesta sexta, encerrou-se a verificação biométrica de assinaturas entregues ao CNE em maio.
Opositores têm pressa já que novas eleições só serão convocadas se Maduro for destituído neste ano. Se isso acontecer em 2017, quem assume até 2019 é o vice-presidente.
Já a aplicação da Carta Democrática da OEA, exigida pela oposição radical, poderia levar à exclusão de Caracas do órgão. Mas a proposta até agora não teve respaldo suficiente entre países-membros.
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