Ex-presidente, Sarkozy anuncia nova candidatura para governar a França
Nicolas Sarkozy, presidente da França entre 2007 e 2012, anunciou nesta segunda (22) que disputará as prévias de seu partido para definir o candidato às eleições presidenciais de abril de 2017.
O embate para representar a centro-direita do país, realizado neste ano pela primeira vez, deve ter dois turnos, em 20 e 27 de novembro. Para poder competir, Sarkozy renunciou à liderança do partido Os Republicanos.
AFP | ||
O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, durante discurso em Paris |
A definição dos candidatos ainda não está clara, mas pode se repetir o cenário de 2012 em que disputaram Sarkozy (centro-direita), o atual presidente François Hollande (centro-esquerda) e Marine Le Pen (extrema-direita).
Caso vença o embate, Sarkozy se recuperaria da derrota contra Hollande —que por ora não anunciou sua candidatura— naquele ano. É possível que o Partido Socialista, do atual presidente, realize também primárias para as eleições, em janeiro.
Já se esperava que Sarkozy buscasse outra vez a Presidência. Ele fez seu anúncio em redes sociais e divulgou o primeiro capítulo de um livro que publicará durante a semana chamado "Tudo pela França", com 231 páginas.
O ex-presidente deve se apresentar desta vez com posições mais duras do que as de sua candidatura anterior, diante do desafio da França em enfrentar a violência do extremismo religioso representado pela milícia terrorista Estado Islâmico.
A França, que participa da coalizão que bombardeia o Estado Islâmico na Síria, sofreu diversos ataques recentemente, como o que deixou 86 mortos em Nice em julho.
A identidade francesa é, segundo Sarkozy, um dos principais desafios a serem enfrentados por esse país, diante da necessidade de defender seu estilo de vida.
Entre suas propostas está o veto ao véu islâmico em universidades e empresas públicas, a limitação dos direitos de nacionalidade a filhos de estrangeiros e o fim da opção sem porco nas cantinas escolares —que têm como público-alvo os estudantes muçulmanos e judeus.
Sarkozy deve disputar a candidatura do partido com o ex-premiê Alain Juppé, 71, prefeito de Bordeaux, que lidera as pesquisas internas.
Sarkozy tem alta rejeição entre a população francesa e é considerado controverso, mas pode se beneficiar-se da crise de segurança e se apresentar como o "líder mais duro que requer o momento".
"Senti que tenho a força necessária para liderar esta batalha em um momento problemático de nossa história", disse em canais oficiais ao anunciar sua candidatura.
ESQUERDA
Caso se confirme como o candidato da centro-direita, Sarkozy deve enfrentar uma esquerda dividida. Arnaud Montebourg, ex-ministro da Economia, anunciou recentemente sua própria intenção de disputar a Presidência.
Benoît Hamon, ex-ministro da Educação, também anunciou que quer concorrer. E Cecile Duflot, que chefiou a pasta da Habitação, deve concorrrer pelos Verdes.
É esperado que o atual presidente, Hollande, também se candidate. Ele vive, porém, um momento de baixa aprovação. Pesquisas de intenção de voto sugerem que ele chegaria atrás do candidato da centro-direita e de Marine Le Pen, da extrema-direita.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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