Vice-presidente venezuelano convoca ato paralelo a protesto da oposição
Marco Bello/Reuters | ||
O vice-presidente da Venezuela, Aristóbulo Istúriz, segura cópia da Constituição em audiência |
O vice-presidente venezuelano, Aristóbulo Istúriz, convocou neste domingo (28) uma mobilização na quinta-feira (1º de setembro) para defender a "revolução" chavista. No mesmo dia, a oposição ao governo marchará em Caracas para exigir um referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro.
Istúriz anunciou que as mobilizações chavistas começarão nesta terça-feira (30), em Caracas, e seguirão por três Estados do país, dois deles próximos da capital, advertindo que na quinta-feira "vamos mobilizar todo o país".
Nesse dia, "vamos mobilizar a parte do centro e vamos mobilizar Caracas também e vamos ver como a coisa fica", disse o vice-presidente em um ato público, assegurando que a marcha opositora é "um plano desestabilizador golpista para tentar derrubar Maduro".
Istúriz afirmou que os opositores estão buscando violência e mortos nesta marcha. As forças antichavistas, por outro lado, afirmaram que sua marcha é pacífica e acusaram o governo de buscar causar vítimas com gestos como as "contramarchas".
"Agora é o momento mais perigoso para a revolução, porque eles fracassaram em tudo", advertiu o vice-presidente, assegurando que o referendo revogatório solicitado pela aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) não ocorrerá.
"Primeiro nos matam, vejam a minha cara, juro pela minha mãe santa, primeiro nos matam antes de tirar nossa revolução!", exclamou.
No sábado, o governo mandou novamente para a penitenciária o ex-prefeito opositor Daniel Ceballos, que estava em prisão domiciliar há um ano, assegurando que tinha planos de fugir e coordenar "atos de violência" na quinta-feira.
Ceballos, ex-prefeito da cidade de San Cristóbal, é acusado de incitar a violência nos protestos de 2014 contra Maduro, que deixaram 43 mortos, juntamente com o opositor Leopoldo López, que cumpre pena de quase 14 anos.
Em meio a uma profunda crise econômica e social, a MUD convocou sua marcha para exigir que o poder eleitoral anuncie a data para coletar as quatro milhões de assinaturas (20% do colégio eleitoral) necessárias para ativar a consulta.
Se o referendo revogatório ocorrer antes de 10 de janeiro de 2017 e Maduro perder, haverá eleições. Se for realizado depois e o chefe de Estado tiver o mandato revogado, seu vice completaria os dois anos restantes de seu mandato.
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