'Brexit' não é o fim da UE, afirma presidente da Comissão Europeia
Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, afirmou nesta quarta-feira (14) que a futura saída do Reino Unido não significará o fim da União Europeia.
Diante da crise no bloco, ele anunciou durante seu discurso anual acréscimos em fundos de investimento.
Um fundo com foco em infraestrutura digital e energia será quase dobrado, progressivamente chegando a 630 bilhões de euros em 2022. Juncker citou também a extensão do fundo ao setor privado na África, inicialmente com 44 milhões de euros.
Francois Lenoir/AFP | ||
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, durante encontro da UE em junho |
A medida tem como um de seus objetivos diminuir o fluxo de migrantes à Europa, uma das principais questões da união. A crise dos refugiados tem impulsionando partidos xenófobos em países como a França e a Alemanha.
Para o presidente da Comissão Europeia, os próximos doze meses serão cruciais ao bloco econômico, durante os quais é necessário haver mais integração.
Seu discurso de quase uma hora ao Parlamento europeu, em Estrasburgo, foi visto como uma prévia do que será discutido na sexta-feira (16) em Bratislava, na Eslováquia, no encontro informal de líderes europeus.
Será a primeira reunião sem o Reino Unido, que decidiu em 23 de junho deixar o bloco —o voto pela saída é conhecido como "brexit".
Para Juncker, o "brexit" é um alerta a respeito dos desafios à sobrevivência da União Europeia em tempos de crescente nacionalismo.
Uma das estratégias necessárias, disse, é explicar melhor o projeto europeu a seus cidadãos. Por exemplo, visitando Parlamentos nacionais e discutindo as suas políticas. "Nós ouvimos nossos cidadãos e queremos fazer isso com mais intensidade."
Juncker propôs uma maior coordenação entre Exércitos europeus e avanços a uma guarda costeira conjunta para lidar com a chegada de refugiados. Em outubro, 200 policiais poderão ser enviados à fronteira entre Turquia e Bulgária, por exemplo.
O presidente da comissão afirmou a parlamentares, ainda, que a União Europeia precisa de um quartel militar unificado para centralizar suas ações. A carência de uma "estrutura permanente", afirmou, resulta em dinheiro gasto em missões.
A proposta será planejada de maneira a não sobrepor-se à Otan (aliança militar ocidental), da qual países europeus já são membros.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis