Hillary e Trump fazem críticas à polícia por mortes de negros
Adam Rhew - 20.set.2016/Reuters | ||
Policiais e manifestantes entram em confronto em Charlotte, no Estado americano da Carolina do Norte |
Donald Trump se disse "muito perturbado" e Hillary Clinton classificou como algo "insuportável que precisa virar intolerável" as mais recentes mortes de homens negros por policiais, na Carolina do Norte e em Oklahoma.
Em julho, quando agentes abateram outros dois afro-americanos, e dois negros revidaram atirando em policiais do Texas e de Louisiana, o candidato republicano à Casa Branca atacou o Black Lives Matter (vidas negras importam), que para ele instigaria protestos violentos.
O momento, contudo, é outro: Trump agora corre atrás do voto negro (12% dos EUA), e estava numa igreja desse grupo quando comentou sobre as mortes.
Criticado por generalizar essa fatia da população, dizendo que eles "não teriam nada a perder" se o apoiassem, como se todos fossem marginalizados, Trump discursou ao lado do lendário empresário de boxe Don King, em Ohio, na quarta (19).
Ele sugeriu que a policial que puxou o gatilho não tinha experiência, pois Terence Crutcher, 40, "parecia um homem muito bom mesmo" e "estava de mãos ao alto". "Ela ficou com medo? Engasgou? O que aconteceu?"
O empresário, contudo, polemizou ao defender a expansão da política "pare e reviste", em debate moderado pela Fox News numa igreja afro-americana.
Comum em Nova York, a tática estimula que policiais interpelem qualquer um que achem suspeito. Foi considerada por um juiz federal como potencialmente discriminatória contra minorias, alvos mais frequentes.
Em Orlando, a democrata Hillary disse que os novos episódios turbinam "uma longa lista de afro-americanos mortos por policiais".
Há dois meses, a convenção republicana condenou em massa o Black Lives Matter "inerentemente racista" porque "todas as vidas importam", disse Rudy Giuliani, ex-prefeito de Nova York e pró-Trump.
O próprio Don King, na ocasião, rechaçou essa visão em entrevista à Folha: "Acontece que pretos, na América, não têm o mesmo valor".
A reunião democrata, por sua vez, contou com mães de vítimas negras.
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