Sobe para 162 número de migrantes mortos após naufrágio no Egito
Subiu para 162 o número de migrantes mortos após o naufrágio de um barco de pesca no litoral do Egito, informou nesta sexta-feira (23) o Ministério da Saúde egípcio.
Os sobreviventes indicaram que 450 pessoas se encontravam a bordo do barco de pesca que deveria levá-los para a Itália quando a embarcação virou e começou a afundar diante do porto egípcio de Rosetta, na quarta-feira (21).
No início, autoridades egípcias haviam informado que o barco levava 600 pessoas a bordo. Segundo a OIM (Organização Internacional de Migrações), a maioria dos sobreviventes desse naufrágio são egípcios. A embarcação afundou a cerca de 20 km da costa.
Mohamed Abd El Ghany/Reuters | ||
Socorristas carregam corpo de migrante que morreu em naufrágio de barco de pesca no litoral do Egito |
As autoridades egípcias prenderam quatro suspeitos de serem traficantes de seres humanos e responsáveis pela tragédia.
Na última terça-feira (20), o Exército egípcio anunciou ter interceptado um navio que transportava 68 migrantes. Na quarta (21), interceptou outro com 294 pessoas a bordo.
Mais de 300.000 migrantes e refugiados cruzaram em 2016 o mar Mediterrâneo para chegar à Europa, principalmente à Itália, segundo o Acnur (braço da ONU para refugiados).
Este número é inferior ao registrado nos nove primeiros meses de 2015 (520.000), mas é superior ao desse período de 2014 (216.054).
Os traficantes usam barcos em estado calamitoso, que são sobrecarregados de migrantes que pagam uma fortuna pela viagem.
O naufrágio acontece meses depois que a Frontex (agência europeia de controle de fronteiras) expressou preocupação pelo número cada vez maior de migrantes que tentam chegar à Europa a partir do Egito.
"Neste ano o número é de mil travessias de barco do Egito à Itália", afirmou o diretor da Frontex, Fabrice Leggeri, confirmando que desde o fechamento da rota dos Bálcãs as partidas são feitas a partir da costa norte da África, em particular da Líbia.
No início deste mês, cerca de 3.400 migrantes foram resgatados na costa da Líbia, de acordo com a Guarda Costeira italiana. Eles partiram do norte da África a bordo de oito lanchas pneumáticas sobrecarregadas e dois barcos de pesca.
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