Confrontos se intensificam em Aleppo; missão russa em Damasco é atacada
Rebeldes sírios e forças leais ao ditador Bashar al-Assad intensificaram nesta terça-feira (4) seus enfrentamentos na cidade de Aleppo, no norte de Síria. Áreas controladas pelo regime sírio foram atingidas nesta terça-feira por foguetes lançados por rebeldes, deixando ao menos seis mortos e 47 feridos, segundo a mídia estatal.
Um dos locais atingidos foi a Faculdade de Ciências da Universidade de Aleppo. O ataque deixou dois estudantes mortos, segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que tem sede no Reino Unido.
Thaer Mohammed-30.set.2016/AFP | ||
Voluntários sírios carregam ferido após bombardeio em bairro rebelde de Aleppo |
Aleppo é uma das maiores cidades da Síria e uma das principais frentes de batalha da guerra civil atualmente. Controlada por grupos rebeldes, alguns dos quais apoiados pelos EUA, a cidade se encontra sitiada pelas forças do regime sírio.
Nas áreas controladas por grupos insurgentes, as tropas do regime sírio realizam uma ofensiva atacam a cidade pelo sul para tentar retomar áreas controladas por rebeldes. Rebeldes disseram ter conseguido repelir nesta terça um ataque do regime contra um bairro em disputa;
A ofensiva das tropas leais a Assad é acompanhada por bombardeios das forças aéreas da Síria e da Rússia.
A ONU (Organização das Nações Unidas) estima que 270 mil pessoas estejam cercadas em Aleppo. Segundo o Observatório, ao menos 420 pessoas morreram e mil ficaram feridas na cidade, principalmente nas áreas controladas pelos rebeldes, desde o fracasso de um cessar-fogo promovido pelos EUA e pela Rússia há algumas semanas. Hospitais e postos de saúde da cidade têm sido atacados frequentemente.
RÚSSIA
A Rússia informou nesta terça-feira que sua embaixada em Damasco havia sido bombardeada no dia anterior. Segundo nota da chancelaria do país, dois foguetes atingiram o prédio da embaixada e um foguete caiu perto do complexo residencial. O ataque, que não deixou feridos, foi atribuído à filial síria da rede terrorista Al Qaeda.
A chancelaria russa disse também que o ataque é resultado das políticas dos Estados Unidos e de seus aliados, as quais "intensificam a matança na Síria".
Também nesta terça-feira (4), o secretário-geral da ONU instou os Estados Unidos e a Rússia a retomar as negociações para um cessar-fogo na Síria e disse que uma trégua é fundamental para que se possa levar ajuda humanitária à população de Aleppo.
"Eu os instarei a continuar as negociações para pôr fim às hostilidades", disse Ban a jornalistas em Estrasburgo, na França.
Em um sinal de deterioração das relações diplomáticas, os EUA decidiram nesta segunda-feira suspender as conversas com a Rússia para um cessar-fogo na Síria, acusando Moscou de violar compromissos para interromper as hostilidades contra rebeldes sírios.
Em Bruxelas, o secretário de Estado americano, John Kerry, disse nesta terça que os esforços para a paz na Síria não devem ser interrompidos, apesar da suspensão das negociações com a Rússia.
"Nós não estamos desistindo do povo sírio e não estamos abandonando a busca pela paz", afirmou Kerry.
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