Rússia ratifica presença na Síria; EUA pedem inquérito por crimes de guerra
A câmara baixa do Parlamento russo ratificaram um acordo com a Síria que permite que as Forças Armadas de Moscou permaneçam indefinidamente no país árabe.
Os parlamentares da Duma aprovaram por consenso nesta sexta-feira (7) o pacto, que formaliza a presença militar da Rússia na base aérea de Hemeimeem, na província litorânea síria de Latakia.
Vadim Grishankin-15.mar.2016/AFP | ||
Jatos de guerra russos na base de Hmeimim, na Síria |
A Rússia também mantém soldados em uma base naval na cidade de Tartus.
A ratificação do pacto com a Síria reforça o longevo apoio do governo russo ao regime do ditador Bashar al-Assad.
Há cerca de um ano, a aviação russa passou intervir na guerra civil na Síria, bombardeando posições de facções rebeldes e de organizações terroristas que buscam derrubar Assad.
Atualmente, a Rússia oferece reforço às forças sírias na campanha para retomar a cidade de Aleppo. A ONU (Organização das Nações Unidas) estima que 270 mil pessoas que vivem em áreas da cidade controladas por facções rebeldes estejam cercadas pelas tropas de Assad.
CRIMES DE GUERRA
Também nesta sexta-feira, o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que a Rússia e a Síria deveriam ser investigadas por crimes de guerra devido a suas ações militares em Aleppo.
"O regme [sírio] atacou na noite passada mais um hospital, deixando 20 mortos e mais de com feridos. A Rússia e o regime devem ao mundo mais que uma explicação sobre por que seguem bombardeando hospitais, unidades de saúde, crianças e mulheres", disse Kerry a jornalistas.
"Essas são ações que exigem uma investigação apropriada de crimes de guerra, e seus perpetradores devem ser responsabilizados", complementou.
A declaração de Kerry é representativa das elevadas tensões diplomáticas entre EUA e Rússia devido às diferentes posições que mantêm em relação à guerra civil na síria.
Na segunda-feira (3), os EUA suspenderam as negociações com a Rússia sobre um plano para pôr fim às hostilidades na guerra civil da Síria.
A escalada das tensões entre EUA e Rússia dificulta as perspectivas para o fim da guerra civil na Síria, que se arrasta por mais de cinco e já deixou mais de 300 mil mortos.
Os dois países intervêm no conflito em favor de lados opostos. Enquanto os EUA apoiam rebeldes contrários ao regime de Assad, este é aliado da Rússia.
É a primeira vez desde a Guerra Fria que Washington e Moscou, as duas maiores potências militares do planeta, se envolvem em lados opostos no campo de batalha. Os dois países também lideram campanhas de bombardeios na Síria contra a facção terrorista Estado Islâmico.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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